A aviação na América Latina vive um período de expansão e consolidação. Em uma reunião regional organizada pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), os estados da região chegaram a um consenso sobre as principais prioridades para o transporte aéreo. Os temas que dominaram a agenda foram melhorias na infraestrutura, cooperação em segurança operacional e promoção de políticas de sustentabilidade para atender à crescente demanda.
A importância desses acordos reside no cenário atual. De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), as companhias aéreas latino-americanas lideram o crescimento global: em junho de 2025, registraram um aumento de 7,9% no número de passageiros-quilômetro transportados em relação ao mesmo período do ano anterior, bem acima da média global de 2,6%. Embora a taxa de ocupação tenha caído ligeiramente para 82,9%, a região continua demonstrando uma capacidade notável de atrair viajantes e sustentar a recuperação.
Os dados também confirmam uma tendência sustentada. No primeiro trimestre de 2025, as companhias aéreas latino-americanas relataram um aumento de 6,3% no tráfego, com crescimento de 9,3% nas rotas internacionais. Mesmo em abril, quando a demanda global cresceu 8%, a América Latina superou novamente a média, com um aumento de 10,9%. Esses números demonstram que o mercado regional não apenas se recuperou da pandemia, mas também se consolidou como um impulsionador da recuperação global.
Somando-se a isso, está a visão da Associação Latino-Americana e Caribenha de Transporte Aéreo (ALTA), que destaca os avanços em sustentabilidade. Em pouco mais de uma década, as companhias aéreas da região conseguiram reduzir em 28% o consumo de combustível por 100 passageiros-quilômetro, graças à modernização de suas frotas e à incorporação de tecnologias mais eficientes. Essas conquistas colocam a América Latina em uma posição favorável para cumprir os compromissos internacionais de redução de emissões, embora a pressão sobre governos e aeroportos para acompanhar esse crescimento esteja aumentando.
A reunião da OACI deixou claro que a cooperação regional é essencial. Com a demanda crescendo em ritmo acelerado, os desafios de infraestrutura, segurança e sustentabilidade só podem ser enfrentados por meio de políticas coordenadas entre estados e companhias aéreas. A aviação na América Latina não apenas conecta destinos, mas também impulsiona a competitividade, o turismo e o desenvolvimento econômico. O consenso alcançado marca um passo decisivo para garantir que esse crescimento se traduza em benefícios de longo prazo para toda a região.
Fonte: ICAO, IATA, ALTA