Mariella Volpe, do Ministério do Turismo, revela estratégia para conquistar o Brasil com vinhos, gastronomia e experiências o ano todo

Debaixo da famosa figueira do restaurante Figueira Rubaiyat, um pedaço do Uruguai ganhou vida nesta quarta-feira (6) durante mais uma etapa do Roadshow de Uruguai no Brasil. O evento, promovido pela CAMTUR (Câmara Uruguaia de Turismo) em parceria com o MINTUR (Ministério de Turismo do Uruguai), reuniu operadores, jornalistas e agentes de turismo em uma manhã de conexões estratégicas e experiências sensoriais.

Ao lado de dez empresas uruguaias — entre operadoras, resorts e hotéis de diferentes regiões — quem conduziu com firmeza e carisma as apresentações foi Mariella Volpe, diretora de marketing do MINTUR. Com décadas de experiência à frente da promoção internacional do país, Mariella falou com exclusividade sobre as prioridades do governo uruguaio para o turismo, o olhar voltado ao mercado brasileiro e a nova narrativa que o país quer contar ao mundo.

“Estamos aqui para mostrar que o Uruguai é muito mais que um destino de verão. Nosso slogan hoje é ‘Uruguai: muito mais que um país’, e isso se traduz em experiências únicas durante o ano todo”, afirma Mariella Volpe.

Um Uruguai para todas as estações

Durante o encontro, a executiva reforçou que o Brasil é o segundo maior mercado emissor de turistas para o Uruguai, atrás apenas da Argentina, mas que ainda há espaço — e necessidade — para crescer.

“O brasileiro conhece nosso litoral no verão, mas pouco sabe sobre as vinícolas, as estâncias, a gastronomia criativa e os destinos menos óbvios que temos em outras épocas do ano. Viemos mudar isso, mostrando que o Uruguai é intenso o ano inteiro”, explica.

Com destaque para o enoturismo, ela ressaltou o potencial das vinícolas uruguaias, que vêm ganhando reconhecimento internacional e se tornaram um dos produtos preferidos dos visitantes brasileiros. A combinação entre vinhos de excelência, carnes nobres e uma gastronomia local reimaginada tem atraído cada vez mais turistas em busca de experiências autênticas.

Do ar, da terra e do mar: como chegar ao Uruguai

Questionada sobre a conectividade internacional, Mariella Volpe detalhou os esforços do governo para diversificar e facilitar os acessos ao país. Além dos voos diretos com companhias como Avianca (Colômbia) e Copa Airlines (Panamá), o Uruguai mantém rotas marítimas muito ativas com a Argentina e conexões rodoviárias com o Brasil.

“De Porto Alegre, por exemplo, é possível embarcar à noite em um ônibus leito da TTL ou EGA e acordar em Montevidéu. São apenas 12 horas de viagem, com todo o conforto. Isso é fundamental para tornar o destino mais acessível para os brasileiros do Sul”, aponta.

Ela também mencionou as rotas de ferry entre Buenos Aires e cidades uruguaias como Colonia del Sacramento e Montevidéu, destacando a praticidade e o charme da travessia pelo Rio da Prata.

Promoção contínua: feiras e eventos que movem o turismo

O roadshow é apenas uma parte de uma estratégia robusta de presença internacional. Mariella Volpe adiantou a participação do Uruguai em importantes feiras de turismo ainda neste segundo semestre:
ABAV Expo (Rio de Janeiro), FIT (Buenos Aires), Festuris (Gramado), Feira de Turismo (Paraguai). E, já em janeiro, presença confirmada na Fitur (Espanha), uma das maiores feiras globais do setor.

“Trabalhamos com uma lógica de cooperação entre o setor público e o privado. Por sermos um país pequeno, precisamos unir forças para potencializar nossa promoção turística. É esse modelo que impulsiona o turismo no Uruguai”, diz Mariella Volpe com convicção.

O que vem por aí no Roadshow Uruguai

O evento em São Paulo foi apenas uma das cinco paradas estratégicas no Brasil:

4 de agosto – Curitiba / Fazenda Churrascada

5 de agosto – Porto Alegre / Eat Kitchen – Cais Embarcadero

6 de agosto – São Paulo / Figueira Rubaiyat

19 de agosto – Rio de Janeiro / Casa Horto – Jardim Botânico

20 de agosto – Belo Horizonte / Espaço Raja

Em cada cidade, o objetivo é o mesmo: estreitar laços, criar pontes e mostrar que o Uruguai está mais próximo — e diverso — do que o brasileiro imagina.

Reportagem e foto: Mary de Aquino.