Barbados está vivendo um momento de transformação no setor turístico, com destaque para a expansão do mercado hoteleiro. A ilha, que já abriga grandes marcas internacionais como Hilton, Radisson, Marriott e Sandals, agora aposta em novos empreendimentos e experiências personalizadas para atrair mais visitantes, especialmente da América Latina.
“Estamos em uma trajetória bastante íngreme quando se pensa em projetos hoteleiros”, afirma Russell Banfield, Senior Business Development Officer para a América Latina da BTMI. Baseado em Brasília, Banfield tem atuado ativamente na promoção do destino no Brasil e em outros países do Cone Sul.
Nesta semana, Banfield está entre São Paulo e Rio de Janeiro, realizando reuniões com operadoras, agências de viagens e potenciais parceiros, com o objetivo de fortalecer os laços comerciais e promover o destino Barbados junto ao trade turístico brasileiro.
Novos hotéis ganham espaço na ilha
Desde 2023, a ilha inaugurou o Wyndham Grand Barbados Sam Lord’s Castle, atualmente o maior resort de Barbados. Mas o plano de crescimento não para por aí: nove projetos hoteleiros estão em andamento, em diferentes estágios de construção.
Entre os destaques, está o Royalton Vessence Barbados, previsto para 2028, que terá mais de 200 quartos na costa oeste da ilha. Também se destaca o futuro Hyatt Ziva Barbados, que contará com cerca de 300 quartos em Bridgetown, capital de Barbados. Este último integra um ambicioso projeto de reurbanização para revitalizar a capital, que perdeu parte de seu dinamismo nos últimos anos.
Outro empreendimento de luxo, o Blue Monkey Hotel & Beach Club, deve ser inaugurado em 2025. Com apenas 28 suítes, o hotel fará parte do exclusivo portfólio Leading Hotels of the World, sendo o segundo da ilha a integrar esse grupo — o primeiro é o prestigiado Sandy Lane.
Além disso, quatro hotéis em Barbados já pertencem à rede de luxo Virtuoso: Sandy Lane, Fairmont Royal Pavilion, Cobblers Cove e o mais recente integrante, o O2 Beach Club & Spa, no sul da ilha.
Luxo e autenticidade lado a lado
Apesar de ser conhecido como um destino de alto padrão, Barbados busca equilibrar o luxo com a autenticidade caribenha. Segundo Banfield, “a maioria dos hotéis em Barbados são autóctones e não superam os 75 quartos”, oferecendo um charme local único e uma experiência mais intimista.
Barbados também está investindo no crescente mercado de vilas e condomínios de luxo, que já somam mais de 3.000 quartos disponíveis para aluguel na ilha.
“A ilha é receptiva, o povo é hospitaleiro, e temos um bom nível de serviço. O dinheiro que o passageiro gasta, ele sente que vale a pena”, destaca Banfield.
América Latina em alta
Barbados ultrapassou os níveis de chegada de turistas do período pré-pandemia e vê no mercado latino-americano um grande vetor de crescimento. Os cinco países que mais enviam turistas à ilha são Venezuela, Panamá, Brasil, Colômbia e México.
Em 2023, cerca de 1.000 brasileiros visitaram Barbados. A meta para 2025 é chegar a 2.500 turistas do Brasil. “Queremos crescer com consistência. Já aumentamos entre 200 e 300 visitantes entre 2023 e 2024”, diz Banfield.
Conectividade e cruzeiros em expansão
A conectividade aérea tem evoluído. Atualmente, há quatro voos semanais da Copa Airlines conectando o Brasil a Barbados via Cidade do Panamá — com frequência extra às quintas-feiras durante agosto. A expectativa é transformar essa rota sazonal em permanente nos próximos meses.
Além disso, voos diários via Miami, Atlanta e Nova York também facilitam a chegada de turistas brasileiros.
O turismo de cruzeiros também cresce rapidamente. “Barbados hoje é o segundo maior porto de cruzeiros do sul do Caribe”, destaca Banfield. A posição estratégica da ilha tem atraído empresas interessadas em iniciar itinerários a partir de Bridgetown.
Parcerias e roadshows no Brasil
O escritório de turismo de Barbados quer intensificar as ações no Brasil. Ainda este ano, estão sendo planejados roadshows em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com o objetivo de conectar operadores turísticos locais aos stakeholders da ilha.
“Houve certa resistência no início, mas os empresários locais começaram a enxergar o potencial do mercado latino”, afirma Banfield. “Como órgão de governo, podemos fazer parte do trabalho, mas o setor privado precisa caminhar junto”, afirma Banfield.
Reportagem e foto: Mary de Aquino.