O Salão Nobre da Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo foi palco, nesta segunda-feira (21), do lançamento oficial do Plano Brasis 2025–2027, iniciativa que promete transformar a presença internacional do Brasil no turismo global. A apresentação foi conduzida por dois dos principais articuladores do novo projeto: Bruno Reis, diretor de Marketing da Embratur, e Ana Paula Jacques, coordenadora de Mercados Internacionais da Embratur.
Com a presença do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, da coordenadora de Competitividade do Sebrae Nacional, Ana Clévia Guerreiro, e de representantes paulistas como o presidente do Visit São Paulo, Toni Sando, e o secretário de turismo e viagens do estado de São Paulo, Roberto de Lucena, o evento reuniu autoridades e lideranças do setor para dar início a um novo ciclo para o turismo brasileiro. Também participaram representantes do governo estadual, da prefeitura, parlamentares e presidentes de associações.
O Plano Brasis é uma ruptura com antigos modelos, apostando em governança estruturada, inteligência de mercado, segmentação de campanhas e foco direto em resultados de fluxo turístico e geração de receitas.
Inteligência de dados no centro da estratégia
Na apresentação, Bruno Reis foi enfático ao explicar que o Plano Brasis encerra o ciclo de ações genéricas e improvisadas. “Esse é um momento impático”, destacou, explicando que o horizonte do plano é 2027, mas com diretrizes traçadas até 2030, a partir de estudos constantes de economia, geopolítica e comportamento de consumo.
“A decisão é ir só com a tela de dados, não é achismo, não é improviso. É um plano nacional alinhado com realidades econômicas e geopolíticas”, afirmou. Reis frisou que pela primeira vez o Brasil terá um plano de promoção turística integrado em todas as esferas públicas e com o setor privado, com objetivos mensuráveis e metodologia clara.
Segundo ele, quatro grandes eixos guiam o trabalho:
- Diagnóstico contínuo e aprofundado dos mercados emissores;
- Reposicionamento competitivo da marca Brasil;
- Ações orientadas para conversão de turistas, com monitoramento em tempo real;
- Integração institucional com estados e municípios, e o fortalecimento de parcerias com a iniciativa privada.
Segmentação inédita: quatro níveis para tratar o mundo de forma personalizada
Ana Paula Jacques explicou que o maior diferencial do Plano Brasis está na segmentação detalhada dos países emissores, classificando-os em quatro níveis. O foco é fugir da abordagem padronizada e trabalhar campanhas, produtos turísticos e ações de visibilidade adaptadas ao perfil de cada mercado.
“Não existe um Brasil único para todos. Cada país tem interesses distintos e nosso trabalho é compreender essas diferenças”, explicou Jacques, destacando que a personalização é o caminho mais eficiente para aumentar o fluxo qualificado de turistas.
A divisão por níveis ficou estabelecida da seguinte forma:
Nível 1 – Mercados consolidados: Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
Nível 2 – Mercados essenciais: Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Portugal e Reino Unido.
Nível 3 – Mercados em crescimento: Canadá, Colômbia, Itália, México, Países Baixos, Peru e Suíça.
Nível 4 – Mercados de oportunidade: África do Sul, Austrália, Bélgica, Bolívia, China e Japão.
Cada país receberá estratégias promocionais específicas, com presença em eventos certos, adaptação de conteúdos e foco naquilo que mais conecta o turista com o Brasil.
São Paulo como plataforma de visibilidade internacional
O lançamento em São Paulo não foi por acaso. A cidade é o principal ponto de entrada de turistas estrangeiros no país e desempenha papel essencial na articulação entre o setor público e privado. Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, a cidade tem todas as condições de ser o centro irradiador das novas estratégias de promoção turística.
Segundo Bruno Reis, “São Paulo é absolutamente estratégico, tanto pela infraestrutura como pelo fluxo aéreo e diversidade de atrativos. A cidade ajuda a puxar para cima o desempenho do turismo nacional”.
Metas ambiciosas até 2027
O foco do plano é retomar o crescimento do turismo internacional no Brasil. A meta é superar 7 milhões de turistas internacionais em 2025, alcançar 8 milhões até 2027, além de estabelecer uma política pública contínua e profissionalizada, pautada por dados, eficiência e integração.
Com base em novas métricas, parcerias estratégicas e campanhas adaptadas aos interesses reais de cada mercado, a expectativa da Embratur é reposicionar o Brasil como destino turístico competitivo, sustentável e moderno.
Reportagem e foto: Mary de Aquino.