Nos dias 4 e 5 de junho, o Megapolis Hotel, na Cidade do Panamá, se transformou no núcleo das discussões mais relevantes sobre o presente e o futuro do turismo nas Américas. Com o tema “Connecting Horizons”, o MarketHub Américas 2025, promovido pelo HBX Group, ultrapassa as fronteiras das tradicionais feiras de negócios e propõe uma imersão estratégica entre marcas, destinos, agentes e especialistas.
Durante coletiva de imprensa, Xabi Zabala, diretor de Operações do HBX Group, abordou com franqueza os desafios da transformação digital no setor e defendeu que, mesmo com o avanço da automação, o fator humano é cada vez mais decisivo.
“Parece contraintuitivo, mas quanto mais tecnologia temos, quanto mais automação aplicamos, mais importante se torna a parte humana. É ela que vai gerar confiança no usuário e fazer a diferença”, afirmou Zabala, ao comentar a integração entre inteligência artificial, redes sociais e o atendimento emocional ao cliente.
Tecnologia sim, mas com empatia
Zabala destacou que a automação será responsável por libertar tempo e recursos humanos para atividades que exigem sensibilidade e análise mais profunda. “Vamos ver muito mais interação com bots e assistentes virtuais, mas precisamos garantir que, quando esses sistemas atingirem seu limite, o cliente tenha a quem recorrer. Essa continuidade humana é essencial”, defendeu.
Segundo o executivo, a tendência é clara: os consumidores estão cada vez mais inseridos em ambientes digitais, onde influenciadores, buscadores e plataformas conversacionais moldam decisões de compra e viagem. Nesse novo ecossistema, estar presente com conteúdo relevante e personalizado deixou de ser uma opção e passou a ser uma exigência competitiva.
Influência digital em alta
Questionado sobre o papel dos influenciadores, especialmente no Brasil, Zabala foi enfático ao reconhecer sua importância crescente. “As pessoas estão onde está a informação. Há dez anos, ninguém pensava em buscar uma viagem no Instagram ou no TikTok. Hoje, é onde as novas gerações estão. E isso vai continuar crescendo”, pontuou.
Zabala mencionou ainda que o consumo de conteúdo está cada vez mais visual e interativo, e que as empresas precisam adaptar suas estratégias ao canal onde o público está. “Seja uma conta de rede social de uma empresa ou um criador de conteúdo de nicho, o importante é estar presente com proposta clara e consistente.”
Um hub que conecta oportunidades
Mais do que um evento corporativo, o MarketHub se posiciona como um ambiente colaborativo que incentiva parcerias entre destinos, fornecedores, agentes de viagens e operadores. “Não é um evento sobre o HBX. É um evento sobre o ecossistema do turismo, sobre como cada player pode aprender com o outro e sair daqui com ideias para melhorar seus negócios”, explicou Zabala.
A escolha da Cidade do Panamá como sede este ano reflete essa lógica: conectividade aérea, importância estratégica e apoio regional. “Ano passado foi em Las Vegas, antes disso em Cancún. São destinos que têm papel relevante para nós e conseguem receber bem os participantes de toda a América”, detalhou.
Convergência como estratégia
Por fim, Zabala reiterou a missão do HBX Group com o MarketHub: fomentar inovação, fortalecer alianças e impulsionar o crescimento coletivo da indústria. “Queremos que os stakeholders do setor entendam que juntos podemos ir mais longe. Que a colaboração entre fornecedores, destinos e tecnologia é o caminho para capturar as novas oportunidades do turismo.”
A mensagem do evento é clara: horizontes se conectam não apenas com aviões e plataformas digitais, mas com pessoas, ideias e propósitos alinhados.
Reportagem: Mary de Aquino.
Foto: Divulgação.