Hilltop Camp e o Turismo Sustentável na África do Sul

Com 130 anos de história, reserva oferece safáris, trilhas e hospedagens diversas com foco em sustentabilidade e envolvimento comunitário

(Source: Mary de Aquino.)

No alto das montanhas da região de Zululândia, na província de KwaZulu-Natal, encontra-se o Hilltop Camp, dentro da reserva Ezemvelo KZN Wildlife, em Pietermaritzburg na África do Sul. Mais que um destino turístico, o local é símbolo de preservação ambiental e desenvolvimento comunitário. À frente da operação está Nqobile Nene, gerente geral que conhece o terreno como poucos — desde 2007, quando iniciou sua trajetória como recepcionista.

“Quando cheguei aqui, disse a mim mesma: um dia quero administrar tudo isso. E consegui. Foi a realização de um sonho”, conta Nene, com um sorriso.

130 anos de história e pioneirismo

Proclamada em 1895, a reserva onde está o Hilltop Camp é a mais antiga da África. “É um marco na conservação. Fomos pioneiros em projetos como o de recuperação dos rinocerontes. Tivemos os últimos 50 exemplares da espécie aqui, e muitos países se beneficiaram desse esforço de preservação”, destaca a gerente.

A conexão com a história vai além da fauna: locais como o Isi Wasama Kosgazi, antigo refúgio de mulheres durante os tempos de guerra Zulu, e Emma Kangene, ponto ideal para apreciar o pôr do sol, preservam a memória viva do território.

Hospedagem para todos os perfis

O Hilltop Camp oferece variadas opções de hospedagem, desde unidades familiares completas até chalés para viajantes com orçamento mais limitado. “Temos desde acomodações para oito pessoas, com cozinha, até unidades econômicas com banheiro compartilhado. Também há a opção de quartos não-autossuficientes para quem prefere utilizar o restaurante do local”, explica Nene.

Além disso, há uma piscina para os hóspedes e um restaurante com alta qualidade gastronômica.

Experiências de safári e caminhadas guiadas

O lodge oferece safáris em diferentes horários do dia, adaptados às estações do ano. “No verão, as saídas começam às cinco da manhã. No inverno, adiamos para as seis, por causa da luz. Também temos caminhadas guiadas, que duram cerca de duas horas”, detalha.

Para quem busca algo mais exclusivo, é possível agendar tours privativos. E há também pontos de piquenique na mata, como Pomona, um dos favoritos dos visitantes.

Sustentabilidade enraizada

A sustentabilidade não está apenas na conservação da fauna, mas também no vínculo com as comunidades locais. “Empregamos moradores da região e compramos de fornecedores locais sempre que possível. Isso fortalece os laços e cria um sistema de proteção mútua”, explica Nene. “Quando há qualquer movimento suspeito de caça ilegal, por exemplo, os moradores nos avisam.”

Aberto para o mercado brasileiro

Ainda pouco conhecido entre os brasileiros, o Hilltop Camp está de portas abertas para o público do país. “Recebemos mais alemães, franceses, americanos e turistas da região da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral - uma organização regional composta por 16 países da África Austral), como Moçambique. Mas adoraríamos ver mais brasileiros por aqui”, convida Nene. “Estamos prontos para oferecer uma experiência inesquecível. Só não temos guias em português, infelizmente, mas podemos ajudar com soluções em inglês ou com guias multilíngues sob demanda.”

Como chegar

O aeroporto mais próximo é o de Durban, a cerca de três horas de carro. Com clima ameno o ano inteiro, Nene garante: “Qualquer época é boa para nos visitar. Aqui o inverno é suave, então sempre há vida para observar e experiências únicas para viver.”

Para operadores e agentes de turismo brasileiros, fica o recado de Nene: “Hilltop é muito mais que um lodge. É história viva, é natureza protegida e é um modelo de como turismo pode beneficiar todos os envolvidos. Precisamos de vocês para contar essa história ao mundo.”

Reportagem e foto: Mary de Aquino.


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