Ministério do Turismo do Brasil aborda afroturismo e combate à discriminação racial

A coordenadora de Afroturismo da Embratur, Tania Neres, abordou o tema com outros especialistas como ferramenta de desenvolvimento econômico e valorização cultural

(Source: EMBRATUR)

Em comemoração ao Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, o Ministério do Turismo realizou o seminário "Afroturismo e o Combate à Discriminação Racial". A Embratur esteve presente no evento, que reuniu especialistas, lideranças empresariais e representantes da indústria para debater o impacto do afroturismo no desenvolvimento econômico e na valorização cultural.

A iniciativa demonstrou a necessidade de um turismo mais inclusivo e diverso, consolidando o Afroturismo como política pública fundamental para fortalecer a identidade da população negra no Brasil. Tania Neres, coordenadora de Diversidade, Afroturismo e Povos Indígenas da Embratur, destacou que este é um marco histórico para o turismo nacional.

É essencial que trabalhemos a representatividade, que falemos sobre o afroturismo em lugares e instituições, e que deixemos bem claro que o afroturismo é de grande importância para os negros: mais do que uma experiência cultural, é um ato antirracista. "Precisamos garantir que os negros não sejam apenas prestadores de serviços, mas também proprietários de empresas, consumidores de turismo e bem atendidos em aeroportos, hotéis e outros espaços", disse ele.

Rotas pretas

Durante o seminário, foi entregue ao Ministério do Turismo uma pesquisa realizada pela consultora da UNESCO e especialista em Afroturismo Thaís Rosa Pinheiro sobre Boas Práticas em Afroturismo em Nível Nacional. Esta pesquisa inclui o Programa Rutas Negras, iniciativa que promove capacitação para o aprimoramento de negócios liderados por comunidades negras, terreiros e mulheres negras. Também destaca o papel do turismo como ferramenta de transformação social.

Rotas Negras inclui roteiros que destacam a identidade cultural de comunidades quilombolas, terreiros, grupos de origem africana e outros espaços relevantes para a história da população negra no Brasil. Também visa atrair turistas e, ao mesmo tempo, conscientizar a população sobre a riqueza cultural do país.

“Dentro do grupo de trabalho Rotas Negras, liderado pelo Ministério da Igualdade Racial, com o Ministério do Turismo e outras instituições como a Embratur, vamos promover o afroturismo e, consequentemente, o antirracismo”, explica Tania Neres.

Painel

Acompanhada pela consultora da UNESCO Thaís Rosa Pinheiro e por Solange Barbosa, assessora nacional de turismo e representante do Coletivo Muda, a coordenadora de Afroturismo da Embratur, Tania Neres, participou do painel "Trocando Experiências sobre Afroturismo no Brasil".

Ele destacou a importância da educação para ampliar a compreensão da diversidade religiosa dentro do setor. "Temos um problema sério no Brasil com religiosidade, mas sabemos que isso reflete racismo. Precisamos garantir que todas as religiões sejam respeitadas e que isso seja levado para as escolas", disse ele.

O seminário também abordou a importância da academia no fortalecimento do afroturismo. Segundo Tânia Neres, o conhecimento acadêmico tem sido essencial para dar suporte teórico e estratégico ao turismo. “O reconhecimento do nosso trabalho pela academia mostra que estamos no caminho certo”, ele compartilhou.

O coordenador também mencionou o Edital Rota das Monografias, promovido pela Embratur, que tem como objetivo premiar as melhores monografias apresentadas e aprovadas em cursos de graduação na área de turismo no Brasil.

Thaís Rosa Pinheiro destacou a importância da qualificação dos profissionais que atuam no segmento. “O turismo é uma atividade econômica, e esses profissionais precisam ser qualificados para garantir que o afroturismo não se torne exotizado. Eles têm um papel fundamental na educação dos turistas para que respeitem os territórios negros e sua história”, explicou.

Solange Barbosa destacou que é fundamental que o turista entenda que não estamos vendendo exotismo, mas sim afroturismo. “E o afroturismo é feito por pessoas negras, com narrativas negras, que precisam ser conhecidas e respeitadas”, enfatizou.

O painel também abordou a luta pela implementação de políticas públicas voltadas ao fortalecimento do turismo afro-brasileiro. “Quando falamos em Afroturismo, estamos falando de um processo de reconhecimento e desenvolvimento da população negra, que representa 56% do Brasil. Precisamos garantir que essas iniciativas sejam estruturadas e apoiadas pelo governo”, concluiu Solange Barbosa.

Fuente: Embratur.


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