En este marco, Travel2latam conversó con Marcelo Freixo, Presidente de Embratur.
Quais são os sentimentos ao participar de um evento como o FITUR?
A FITUR é uma das maiores feiras de turismo do mundo. O tamanho desta feira impressiona muito, temos mais de 150 países, um público esperado de 250 mil pessoas em toda a feira, que é maior que quase todas as cidades do planeta. Ter o Brasil como país parceiro e de destaque, com mais visibilidade e propaganda, é muito estratégico para nós, porque o Brasil já ocupa um mercado importante em Portugal, pelas relações históricas que mantém. Também tem um importante elo com a França, que é o país da Europa que mais envia turistas ao Brasil. E no meio de Portugal e França está uma Espanha com grande capacidade de enviar turistas e que conhece menos o Brasil. Portanto, é uma estratégia importante ocupar um espaço central numa feira que é a mais importante da Europa, mas que está dentro do mercado espanhol. Aqui podemos conversar com agências de viagens espanholas, com uma plataforma que cria intimidade com o mercado brasileiro.
Em quais mercados e para quais idiomas o projeto da plataforma está disponível?
Inglês e Espanhol, já está no ar. Com essa plataforma você se torna um especialista no Brasil, fica mais próximo da diversidade, e até de um país de dimensões continentais. O número de turistas nacionais chega a 130 milhões de pessoas, e o mercado interno é muito mais forte que o estrangeiro, portanto são 130 milhões de pessoas que viajam dentro do Brasil a turismo. Que a diversidade brasileira é muito grande, você tem seis biomas, tem uma gastronomia diversificada, diferentes tipos de praias, florestas, pantanal, Amazônia. Apresentamos essa diversidade em um site, em dois idiomas, para que as agências entendam que além de promoverem, por exemplo, o Caribe, podem promover o Nordeste. O Brasil está muito preparado para receber esse turista europeu.
São muitos os destinos onde os profissionais podem visitar as maravilhas que o país possui e também possui ótima conectividade.
Exatamente, o Brasil aumentou sua conectividade internacional em 18% de 2024 para 2023, mas em alguns lugares como o Nordeste, de que falamos aqui, aumentou 34%. Então, o Brasil está na plataforma mundial como opção de visita, e desempenha um papel importante, seja no G20, no BRICS ou na COP30, existe uma agenda internacional e institucional, que gera maior visibilidade turística.
Você atua no mercado de turismo no Brasil, hoje compartilhou números importantes que gostaríamos de saber.
Fizemos todo esse esforço e gerou resultados concretos. Atingimos 6,8 milhões de turistas internacionais, é um recorde, passamos do período pré-pandemia, ultrapassamos o período da Copa do Mundo, onde o Brasil recebeu muitos turistas, e agora recebemos a notícia de que atingimos um faturamento recorde. Alcançamos 7,3 bilhões de dólares arrecadados com o turismo internacional. Isso é geração de emprego e renda, isso é um turista que fica mais tempo e gasta mais, e um Brasil que ganha mais com esse turismo.
Para nós são números muito importantes que mostram uma tendência de o turismo se consolidar como alternativa econômica brasileira.
Como você acha que será o ano, qual a sua visão?
Acho que já temos o melhor verão de todos os tempos, o verão de 2025. Já temos recordes, por exemplo, um aumento de 35% nos voos espanhóis. Então, tudo indica que assim como batemos recordes em 2023 e 2024, em 2025 acontecerá da mesma forma. Tanto em turistas como em reservas, ultrapassaremos os 7 mil milhões de turistas internacionais e aproximar-nos-emos dos 8 mil milhões de dólares em receitas.
Ou seja, o Brasil está se consolidando como destino internacional.
Em um festival como o Fitur há empresários de diversos segmentos. Você já fez reuniões com eles?
Já temos um investimento espanhol e outro investimento português a decorrer no Rio de Janeiro. Os resorts all inclusive são uma realidade, cresceram e se consolidaram no Brasil, o que traz um turismo seguro, que se estende por diversas regiões. No Sudeste, Sul, Nordeste e Norte o universo dos resorts está muito presente, já que o Brasil está se consolidando no turismo de luxo.
E em termos de conectividade, que novidades você pode apresentar?
Tivemos algumas reuniões com a Iberia e eles têm a possibilidade de um voo mais curto, que não chegaria ao Rio e a São Paulo, mas chegaria ao Nordeste. Tenho certeza que os voos para o Nordeste serão anunciados em breve, assim como a Azul está fazendo. Acredito que a Europa e a Península Ibérica estarão muito bem conectadas ao Nordeste brasileiro.
Como segue seu calendário?
O calendário é enorme, saímos da Fitur e já tem feira na Colômbia e temos Carnaval, que é uma grande agenda para nós. Imediatamente há a Feira de Lisboa, depois também a de Berlim, que é no Carnaval, por isso não nos falta trabalho.