Neste contexto, Travel2latam conversou com Andrés Martínez, Diretor Geral do Conselho de Promoção Turística de Quintana Roo.
Como tem sido a experiência de participar de um evento como o Cancún Travel Mart?
Realmente é um lugar onde Cancún é um epicentro turístico, com a conectividade e facilidades que os hotéis sempre oferecem. O evento é ideal para reunir todo o setor do turismo em todos os seus ramos, desde hoteleiros, operadores e meios de comunicação até companhias aéreas. Todos estão presentes aqui e geram não só ações dentro do centro de convenções, mas também muitas coisas ao seu redor. Por exemplo, os visitantes podem experimentar novas propriedades em inaugurações em coquetéis próximos, e muitos outros hotéis têm a oportunidade de hospedar seus parceiros de negócios e parceiros-chave. Não se trata apenas de mostrar a brochura, mas de apresentar diretamente o hotel e a praia.
Quais são as principais notícias que você pode compartilhar?
Acho muito relevante a consolidação do Trem Maia, que trouxe um projeto nacional muito forte, e atualmente conecta dois aeroportos internacionais, o Aeroporto de Cancún e o Aeroporto de Tulum. Em breve ligará também Chetumal, mas hoje começamos a ver dinâmicas de movimento entre os destinos.
Além disso, foram anunciados investimentos muito fortes em cruzeiros com a Royal Caribbean no sul do estado, em Mahahual, o que implicará um forte desenvolvimento da região. Também foram inauguradas duas novas unidades hoteleiras em Cancún, e atingimos 133 mil quartos no destino, o que continua a nos marcar como líder no Caribe e provavelmente líder na América Latina em número de quartos.
Por outro lado, temos novas ações, por exemplo, nas estações ferroviárias. Quem chama a atenção e se destaca é Tulum, que está inserido no sítio arqueológico de Tulum, no Parque Jaguar, e conta com diversas atividades. Quanto mais você avança no trem, mais estações temáticas haverá, com museus, atividades e desenvolvimento deste produto turístico.
O que há de novo em termos de conectividade?
Tivemos avanços importantes na conectividade aérea dentro do estado. Hoje com a Aerus você tem a facilidade de voar de Cozumel a Chetumal, de Cozumel a Cancún, de Cancún a Chetumal e vice-versa. Lá conseguimos conectividade dentro de um território extenso como o nosso, com 12 destinos no Caribe mexicano.
Além disso, o voo da Avianca se junta à Copa para fornecer conectividade de Tulum com o resto da América Latina, certo?
Sim, são ótimas notícias da América Latina. Na conectividade aérea somam-se dois voos importantes, primeiro o que você menciona, com a Avianca voando diretamente para Tulum, sendo o primeiro voo da Colômbia; e também o voo Gol de Brasília a partir de dezembro, operando Brasília - Cancún. Além de ser a capital do Brasil, Brasília está localizada ao norte, o que facilita o acesso a destinos como Rio de Janeiro e São Paulo neste voo. Vai ser de alguma forma um hub para trabalhar e assim teremos conectividade direta com o Brasil.
Os voos que chegam a Tulum também podem ser utilizados para posteriormente visitar Cancún ou outros destinos.
Exatamente. Na verdade, está sendo gerado um fenômeno que não tivemos no Caribe mexicano. Os visitantes pousam em um aeroporto e retornam por outro. Normalmente os roteiros eram feitos para pousar em Cancún e dentro de uma determinada distância e tempo escolher quais destinos visitar. Hoje, com a facilidade de locomoção dentro do destino e com outro aeroporto para retornar, isso não existe mais.
Se tomarmos o exemplo da Colômbia, um turista que desembarca em Cancún e opta por retornar por Tulum, passa a ter uma variedade de destinos que antes não conhecia, como Mahahual, Bacalar e a própria Chetumal, no sul do estado.
Como você imagina 2025 com esse novo fenômeno de visitar novos destinos?
Houve uma situação em 2024, principalmente em aeronaves, com pouco estoque de aeronaves em análise. Mas aos poucos foi se recuperando e a conectividade continuou a crescer. Esperamos que em 2025 continue assim.
Os investimentos em hotéis foram anunciados estes dias, o Ritz Carlton anunciou um investimento de 400 milhões dentro da zona hoteleira de Cancún. E na Costa Mujeres, destino que temos ao norte de Cancún, tivemos a abertura de um Segredos.
O desafio está ficando cada vez maior. Estamos crescendo paralelamente à conectividade aérea versus estoque de quartos. E além disso, todas as atividades turísticas também são desenvolvidas. Há golfe, atividades aquáticas e culturais e, paralelamente, trabalhamos para o segmento de convenções, que é um mercado chave para nós. É uma indústria muito profissional e sectorizada, e queremos que a promoção turística esteja ao nível do que significa ter 12 destinos no Caribe mexicano.
Praticamente alcançamos e executamos esta campanha, com um aumento de 15% nas buscas de voos. Isso tem gerado bons números de branding, mas também tem acompanhado a venda dos nossos parceiros comerciais, que são as companhias aéreas e as operadoras.
Em termos de promoção internacional, quais eventos vocês estão planejando?
Iniciamos a Atmex em Chetumal, que é uma feira nacional de aventura e turismo. Depois vem Londres com a WTM, e mais tarde teremos a IBT em Barcelona, que é uma feira de negócios.
Também temos o Dema Show em Las Vegas, e ocasionalmente várias empresas da Ilha de Cozumel e Playa del Carmen estarão presentes lá. Aí entramos em uma estratégia que chamamos de “The Road Show”, que vai estar presente principalmente nos Estados Unidos e no Canadá. Vamos percorrer a costa leste e no final do ano estaremos em Nova York, Chicago e Nova Jersey, e no Canadá estaremos em Toronto, Ottawa e Montreal, nos reunindo com agentes e operadores de viagens. Finalmente fechamos o ano com a Associação de Agentes de Viagens dos EUA, reunida na Flórida.
Após uma breve pausa recomeçamos na Fitur, que é uma agenda de oito dias, na qual levamos aproximadamente 30 empresas que nos acompanham no Caribe Mexicano. É uma feira em que começamos o ano e se torna muito estratégica. Já estamos ansiosos para poder definir qual será a modalidade com que nos apresentamos em 2025.