Qual a situação atual do hotel e em que consistiu a sua remodelação?
O Meliá Jardim Europa em São Paulo teve a intervenção mais importante desde sua inauguração, há 22 anos, o que representa uma mudança importante não só em termos de modernização de estruturas e equipamentos, mas também de projetos e áreas comuns. Não melhorámos o que já existia, fizemos alterações importantes nas áreas do hotel. Acabamos de concluir a reforma em todas as áreas sociais iniciada em fevereiro do ano passado, com a reforma completa do salão de convenções.
Trocamos o carpete, modernizamos os equipamentos, o teto e aumentamos a altura do ambiente principal, dando-lhe uma percepção de amplitude muito maior. Depois passamos para a cobertura do hotel, terraço onde ficava a piscina, academia e área de bem-estar com ampliação e modernização.
Passamos por momentos um pouco difíceis, porque por não termos toda essa área disponível perdemos negócios. As pessoas estavam infelizes, mas finalmente se libertaram e concluímos a remodelação mais importante; o lobby e a recepção, e na parte do restaurante ampliamos e fizemos paredes novamente. Utilizamos o lounge como restaurante, então agora com tudo isso liberado e o restaurante aberto estamos dando forma para que finalmente ainda neste mês tenhamos toda a área interna e externa pronta.
Também reformamos a quadra de tênis, e o Meliá Jardim Europa é praticamente o único hotel da cidade com essa quadra. Adicionamos um bar fora do lobby para bebidas e ocasiões especiais, e estamos reformando os quartos. Aos poucos e andar por andar vamos renovando, para que até ao final de julho tenhamos muitos quartos novos, 280 no total, sendo que mais de metade já estão totalmente remodelados.
Sendo o hotel mais importante que temos aqui, estamos num importante plano de relançamento e reabertura, com um novo posicionamento para que todo o mercado possa conhecer as suas novidades.
Quais são os mercados emissores mais importantes para esta propriedade?
O mercado brasileiro é muito importante, o cliente nacional vem em grande parte do Rio de Janeiro, de Brasília, a capital, e de Bello Horizonte. A nível internacional, os mais relevantes são Espanha, Estados Unidos, Argentina, México e Chile. Estamos numa zona com uma importante componente corporativa e não só, porque à volta do hotel existe uma área de lazer e lazer muito importante, com lojas, gastronomia, e também grandes empresas, centros financeiros e jurídicos; Por isso oferecemos opções para diferentes públicos que frequentam esta região de São Paulo.
Qual a opção que escolheu para o restaurante do hotel, tendo em conta que se trata de uma zona de elevado nível gastronómico?
Para ter sucesso temos que ser muito bons em diversos aspectos devido à grande oferta. Agora temos toda a parte estrutural e de design pronta, e estamos a moldar novas propostas de menu que obviamente têm uma parte da gastronomia local, aliada à contemporânea e mediterrânica. Aqui queremos fazer intercâmbio com chefs e festivais. Temos gestão com hotéis na América Latina, por isso temos chefs do Peru, da Argentina e da América Latina em geral, e até de fora da nossa região, no Caribe e na Europa. Pretendemos gerar um intercâmbio entre eles, bem como realizar festivais com temáticas diversas.
Que tipo de alternativas você planeja para entretenimento após uma reunião ou convenção? Como eles esperam pelo convidado?
Na área externa do lobby lounge temos um ambiente pensado para acontecimentos, para promover música, com um ambiente mais informal e descontraído. Uma das propostas é oferecer Happy Hour das 18h às 20h.
Além disso, dependendo da época do ano, trabalharemos com metas específicas, por exemplo, festival de caldos e sopas quando estiver mais frio, e sushi quando for verão. De acordo com o calendário do ano, estamos a lançar momentos e fases em que podemos explorar a gastronomia correspondente ao período.
Por outro lado, tanto o Brasil quanto a América Latina gostam muito de esportes. Estamos no meio da Copa América, a Libertadores volta muito em breve, e a Liga Nacional volta. Vamos ter datas ou dias em que o cliente e quem está à sua volta poderão vir aqui beber e assistir aos jogos, como se fosse um sports bar. A ideia é criar um bom ambiente e agregar mais valor ao cliente que está hospedado, que pode conhecer pessoas, se divertir e curtir o bar. As ideias são muitas e queremos aproveitar ao máximo esta nova fase que temos no hotel.
Se você tivesse que destacar por que eles deveriam considerar este hotel em uma área tão competitiva, quais características você destacaria?
O primeiro é o ambiente que foi criado à parte de toda esta remodelação do hotel. É extremamente aconchegante, muito elegante, muito bonito. Temos muitos clientes fiéis e fiéis. Quando as pessoas chegaram aqui e viram que tudo já estava reaberto, ficaram super felizes e confortáveis em ver como depois de tanto tempo e tantos transtornos, finalmente temos um produto de alto nível.
Em segundo lugar, a localização do hotel é muito central. A partir daqui há acesso a escritórios, restaurantes, centros comerciais e arenas desportivas. É também um espaço para quem gosta da noite. Estar aqui é estar próximo de toda uma sociedade tão grande como São Paulo.
Depois, o serviço. Estamos investindo fortemente na ampliação e capacitação de nossa equipe. Estamos incorporando uma nova figura no hotel, que é um Guest Experience Manager, que absorverá a interação com o cliente e será seu interlocutor nas diferentes áreas de atuação. Com isto, o cliente sentir-se-á mais cuidado, terá um melhor contacto e uma melhor resolução das suas preocupações numa perspectiva de total atenção. O serviço obviamente tem que ser 100%, a par de um bom edifício com construção e decoração.
O que você pode me dizer sobre a situação atual da Meliá no mercado brasileiro?
A Meliá aproveitou o momento em que os hotéis estavam fechados, praticamente sem operações e sem clientes, e fez um movimento de modernização e investimento. Então, de lá para cá fizemos dois rebrands, que eram o antigo Tryp, que convertemos para INNSiDE. E por fim, o hotel Higienópolis iniciou obras de reforma e remodelação e no final do ano se tornará o terceiro hotel da marca INNSiDE no Brasil, o quarto na América Latina, porque o outro está em Lima, no Peru.
Além disso, criamos uma área que antes não existia e que o cliente precisava; a área de bem-estar. Anteriormente tínhamos um pequeno Fitness Center praticamente do tamanho de uma sala. Agora aproveitámos uma cave, a zona da garagem que era pouco utilizada, e fizemos ali um trabalho tremendo. Abrimos uma piscina de 18 metros, salas de massagem, uma academia muito mais completa e também reformamos quartos.
O hotel sem dúvida cresceu muito e tudo isso agrega mais valor. Depois de todo esse investimento buscamos devolvê-lo, fazer tudo valer a pena. Estamos bem, há um crescimento significativo. Acabamos de fechar o primeiro semestre e temos um crescimento de quase 20% em relação ao ano anterior. Estamos alinhados com os orçamentos e se continuarmos assim até ao final do ano chegaremos bem. Estamos felizes com estes resultados que acabam traduzindo a proposta de investimento nos produtos e melhorias que temos feito nos últimos anos.
Qual é o próximo passo?
Fizemos contratos em praticamente todos os hotéis de Brasília, que é a capital, e também fizemos intervenções e melhorias nos dois INNSiDE, além de rebranding. Portanto, as obras continuam com todas as novas salas.
Renovados os convênios e contratos e reformados os hotéis, o próximo passo é a expansão. Temos um portfólio consolidado, o objetivo é ter mais hotéis.
Já assinamos dois contratos de franquia na Argentina para iniciarmos operações no final do ano. Estamos trabalhando em outros produtos na Colômbia e no Peru, e também no próprio Brasil, tanto hotéis urbanos como de férias. Há um foco e uma direção de expansão muito grande.