Na primeira rodada de assinatura de cartas de aceitação do Programa Piloto de Aceleração do Turismo Internacional (PATI), os três projetos contemplados representam um aumento de 70.222 novos assentos em voos internacionais para o Brasil, no período de 27 de outubro de 2024 a 29 de março de 2025 , em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso representa um aumento de mais de 3.200 vagas semanais.
Segundo projeção da Gerência de Inteligência de Dados da Embratur, que considera a média histórica de ocupação de aeronaves por turistas internacionais, o impacto na economia brasileira com a chegada de novos visitantes por meio desse aumento de voos será de US$ 25 milhões (R$ 134 milhões).
Nesta terça-feira (11), o presidente da Agência, Marcelo Freixo, o ministro dos Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, e a ministra suplente do Turismo (MTur), Ana Carla Lopes, anunciaram a entrega de cartas de aceitação a Azul Linhas Aéreas, Latam Airlines e Aeroporto de Guarulhos, em associação com a companhia aérea Iberia.
O voo Latam conecta Lima (Peru) ao aeroporto de Curitiba (PR), o voo Azul conecta Assunção (Paraguai) ao aeroporto de Viracopos (SP), e o voo Iberia, em proposta enviada pelo GRU Airport (Aeroporto de Guarulhos), visa aumentar a frequência de 7 para 14 voos semanais na rota que liga o terminal a Madrid (Espanha).
Para o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, o aumento do número de assentos representa muito mais do que a ampliação da conectividade aérea com o mundo exterior. “Todos queremos o maior número de turistas internacionais no Brasil. Isso é algo que a companhia aérea quer, que o governo quer, que a Embratur quer e que a sociedade quer porque é gerar emprego e renda. Em 2023 batemos o recorde de receitas do turismo internacional e estes primeiros quatro meses de 2024 já são um recorde em relação ao ano passado em termos de receitas. “Isso significa que estamos no caminho certo”, disse ele.
A ministra suplente do Turismo, Ana Carla Lopes, afirmou que “a criação de uma PATI no Brasil é um movimento pioneiro que envolveu a atuação de diversas instituições focadas na promoção dos nossos destinos em um mercado global e competitivo como o mercado internacional”. “Aliada à credibilidade deste novo Brasil, comprometido com a sustentabilidade, a PATI nos ajuda a expandir, junto com o mundo, todo o nosso potencial turístico”, acrescentou.
O valor investido nesta primeira rodada é de R$ 1.613.040, recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) oriundos da aliança da Embratur com os dois ministérios. As companhias aéreas estão investindo cerca de três vezes esse valor: R$ 4.831.960. O investimento total na promoção dos destinos brasileiros no exterior será de R$ 6.445 mil.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou o importante papel do turismo para a economia do país. “Essa agenda internacional tem sido fundamental para fortalecermos essa agenda de desenvolvimento. A cada quatro turistas que vêm ao Brasil cria-se um emprego, e esta é uma indústria limpa, uma indústria que gera empregos rapidamente, uma indústria que, de fato, consolida ainda mais o fortalecimento da economia brasileira.”
O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo da Câmara, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), acredita que, por meio da PATI, o turismo terá um impacto ainda mais positivo na cadeia econômica do país. “Esse programa representa uma função tão importante e nobre que é promover o Brasil para o turismo e ter novas alternativas, novos destinos conectados, e muito mais do que proporcionar ao brasileiro o conforto de ter um voo direto para outro destino internacional, é proporcionar eles com isso da Europa, de outros mercados, eles podem vir para o Brasil. O turista que chega ao Brasil é desde motorista de Uber, taxista, restaurante, pousada, empregada doméstica, garçom, pessoal de limpeza, ou seja, são 52 segmentos que são impactados”, afirmou.
Bom resultado
Como o valor total da primeira chamada do PATI é de R$ 3,3 milhões, na segunda rodada de assinatura do contrato será anunciado um investimento público de mais R$ 1,6 milhão. A PATI foi inspirada em políticas de desenvolvimento implementadas por países como o Reino Unido, Espanha, Irlanda e Suécia. Executado pela Embratur em colaboração com MTur e MPor, o projeto prevê a implementação de uma parceria público-privada (PPP) para aumentar o número de assentos e voos internacionais para destinos brasileiros.
Freixo comemorou o bom resultado. “Realizamos um projeto piloto para testar a aderência do mercado à nova ferramenta e o resultado ficou dentro do esperado. Tivemos um grande apoio das companhias aéreas e dos aeroportos. Temos uma boa ferramenta para ampliar nossa conectividade e trazer mais turistas internacionais ao Brasil. O PATI representa isso: mais voos, mais visitantes estrangeiros e, consequentemente, mais investimentos na nossa economia e geração de empregos e renda”, afirmou.
A diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e de Sustentabilidade da Latam Brasil, María Elisa Curcio, também se mostrou otimista com os números. “A Latam é a principal porta de entrada de milhares de estrangeiros que visitam nosso país todos os anos porque somos a companhia aérea que mais conecta o Brasil com o mundo. Mas temos muito que fazer para aumentar esse número de viajantes. Nesse sentido, a aliança com a Embratur e o investimento em novas rotas como a Curitiba-Lima tornam ainda mais estratégico o nosso compromisso de trazer pessoas e empresas de outras partes do mundo para o Brasil, principalmente na interligação do Sul Global”, afirma. comentou.
O presidente da Aeroportos do Brasil (ABR), Fábio Rogério Carvalho, foi outro dos que comemorou a assinatura do PATI. “O resultado desse programa não é só demonstrar alguns números, mas ver que essa política é credível, que é capaz de gerar novos assentos, trazer mais estrangeiros, mais voos, mais pessoas para o Brasil e, principalmente, gerar empregos para uma população que precisa desses empregos em áreas que tanto temos para mostrar no país. Portanto, é uma alegria para os aeroportos do Brasil embarcar neste projeto”, destacou.
O diretor de Relações Externas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Marcelo Pedroso, também elogiou a iniciativa. “Tudo é fruto em grande parte da soma, da vontade política de fazer acontecer e do trabalho de uma equipe técnica qualificada, como a Embratur. Do ponto de vista da nossa representação como setor, esse processo é fundamental e, certamente, amplia as oportunidades que o Brasil tem para explorar novas fontes de turistas.”
O diretor de Relações Institucionais da Azul, César Grandolfo, destacou que os incentivos vão fortalecer a ligação aérea entre Assunção (PAR) e o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). “Estamos muito felizes com esta incorporação da PATI, pois os incentivos financeiros que receberemos para promover nosso voo no mercado internacional contribuirão para que a ligação entre Viracopos e Assunção seja muito bem sucedida na malha aérea da Azul”, afirmou.
João Pita, diretor comercial e do Terminal de Carga, foi outro dos que reiterou a importância do programa. “O aumento dos voos da Iberia para a Espanha é muito especial para o GRU Aeropuerto. Na temporada Inverno 24, a GRU atingirá um número recorde de voos semanais tanto para Espanha (33 voos semanais) como para a Europa (169 voos semanais). Com o apoio da Embratur, o plano de promoção da rota para Madrid é um marco muito importante, que mostra de forma inédita o compromisso conjunto (companhia aérea, aeroporto e Embratur) na promoção do turismo internacional. “Estamos em um momento de muito otimismo em relação ao Brasil e ao crescimento do seu turismo, que tem um potencial único”, afirmou.
Números do PATI
Na primeira etapa do programa piloto, companhias aéreas e terminais tiveram entre os dias 20 de março e 17 de maio deste ano para apresentar seus projetos. No total, a PATI recebeu 123 propostas de novos voos ou aumento de frequência de voos existentes. As empresas enviaram 76 propostas (64% do total), os aeroportos enviaram 41 e a Embratur recebeu outras seis sem identificação. O número de inscrições demonstra a boa aceitação do setor.
Entre as propostas apresentadas, 23 propõem conectar cidades brasileiras sem nenhuma rota internacional direta. Na seção regional, os proponentes enviaram 50 propostas para a região Sudeste e 30 para a Sul; o Nordeste teve 29, o Centro-Oeste quatro e o Norte um. Entre os 21 critérios do edital, as remunerações oferecidas nos planos de promoção foram decisivas para a obtenção das pontuações mais altas.
Se a chamada tivesse volume de recursos para financiar as 120 propostas qualificadas, poderiam ser criados 932.617 novos assentos em voos internacionais para o Brasil, no período de 27 de outubro de 2024 a 29 de março de 2025.
Fuente: Embratur.