Por Marcelo Roitman, Managing Director de Experis.
Nós que trabalhamos com Tecnologia da Informação (TI) testemunhamos o crescimento significativo que a Inteligência Artificial (IA) teve no último ano. No entanto, embora se apresente como um aliado capaz de potenciar as capacidades humanas em vez de as substituir, esta nova era tecnológica traz consigo desafios que devemos enfrentar.
De acordo com a nossa pesquisa, 7 em cada 10 organizações no mundo já implementaram novas tecnologias como IA, Realidade Virtual (VR) e aprendizagem automática 1. No entanto, todos reconhecem a necessidade de os adotar progressivamente para manter a sua competitividade num ambiente empresarial cada vez mais digitalizado.
À medida que a tecnologia avança, ela se aprofunda no núcleo das organizações, oferecendo oportunidades significativas para melhorar a eficiência operacional, introduzir serviços e produtos inovadores, facilitar a tomada de decisões e elevar a experiência do cliente. Algumas destas tecnologias permitem a automatização de tarefas repetitivas, análises avançadas de dados e até a criação de ambientes virtuais imersivos.
Neste contexto, ainda existe grande preocupação de que a IA represente um risco para o trabalho. Contudo, as projeções indicam que, até 2025, serão criados cerca de 149 milhões de novos empregos 2. Além disso, 58% dos empregadores acreditam que a IA e a Realidade Virtual (VR) terão um impacto positivo na força de trabalho da sua organização nos próximos dois anos 3.
Neste sentido, à medida que as empresas aprendem a adaptar-se e a mudar juntamente com a IA, os humanos impulsionarão o futuro do trabalho, à medida que melhoram as suas competências e aprendem a trabalhar com estas ferramentas e não contra elas. Portanto, as pessoas devem mudar as suas perspectivas para vê-las como uma oportunidade de aumentar o seu conhecimento técnico e capacidades profissionais.
Por sua vez, as novas tecnologias criam tantas oportunidades para os candidatos como para os recrutadores. A IA está transformando o mundo do trabalho como o conhecemos. Desde o processo de contratação, ajudando a alinhar o talento com as funções certas, até a redução da lacuna no processo de contratação, melhorando a eficiência e o rigor na seleção.
As organizações estão passando por uma transformação na forma como treinam seus funcionários e nos processos de contratação. Agora, mais do que nunca, as competências humanas desempenham um papel crucial, especialmente com a integração da IA e da RV no mercado de trabalho.
Habilidades como comunicação, trabalho em equipe, empatia, pensamento crítico e resolução de problemas são cada vez mais valorizadas pelos recrutadores. Ao mesmo tempo, competências relacionadas com o pensamento sistémico, a curiosidade e a análise de dados são essenciais para estarmos melhor preparados para os desafios colocados pela IA.
Concluindo, é essencial compreender que a IA não substitui o trabalho humano, mas antes o aprimora. As pessoas continuarão a ser os principais impulsionadores do novo paradigma e estas tecnologias irão melhorar as suas competências, conhecimentos técnicos e capacidades. À medida que nos familiarizarmos e aprendermos a trabalhar juntos, impulsionaremos o futuro do trabalho e melhoraremos a produtividade nas nossas organizações e sociedades.
Fonte: ManPowerGroup.