WTM Research: Turismo doméstico, principal impulsionador de viagens nas Américas

O segmento deve encerrar o ano com valores 31% superiores aos obtidos em 2019; Brasil deve registrar crescimento de 118% no turismo interno

(Source: WTM Latin America)

Um dos principais atributos da WTM London, parte do portfólio da WTM, é o compartilhamento de dados, insights e tendências com potencial para apoiar todos os players deste setor na tomada de decisões.

Este compromisso foi reforçado com o lançamento do WTM Global Report, uma compilação exclusiva de inquéritos internacionais que oferece uma análise aprofundada do desempenho do sector em 2023 e uma visão global das perspectivas das viagens turísticas nacionais e internacionais para os próximos anos.

Editado em colaboração com pesquisadores da Tourism Economics, empresa de Oxford Economics, e divulgado durante o WTM London, realizado na semana passada, o relatório utiliza um extenso banco de dados que cobre quase 185 países para fornecer análises tanto da perspectiva dos destinos turísticos quanto dos mercados emissores e revelar dados relativos a fluxos de visitas, pernoites e despesas. O documento considera ainda os impactos de desafios como a inflação, a redução do custo de vida, as greves, a escassez de pessoal e as crises naturais, entre outros, na actividade.

O corte dedicado às Américas mostra a recuperação dos negócios das agências de viagens nos principais mercados, impulsionados pelo aumento do turismo interno. O relatório projecta que o segmento doméstico no continente americano termine 2023 com valores 31% superiores aos obtidos em 2019 e mostra todos os países com resultados melhores do que os apresentados no último ano antes do início da pandemia.

Na análise por país para 2023, o Brasil está na terceira posição no turismo interno e deve mantê-la em 2024. A previsão é terminar este ano com um aumento de 118% sobre os resultados anteriores à pandemia – atrás do México, que deveria ter aumento de 144%, e dos Estados Unidos, com projeção de crescimento de 130% nas despesas internas. Outro destaque fica para a Venezuela, sétimo mercado interno da região, mas que deve crescer 325% nacionalmente em relação a 2019.

Já em relação à recepção de viajantes internacionais, as projeções mostram resultados abaixo dos apresentados antes da pandemia, tanto em volumes como em valores para todos os mercados americanos. A expectativa é que a região receba 117 milhões de viajantes turísticos em 2023, número 4% inferior ao de 2019, com queda nos lucros de 2%.

O relatório aponta que o turismo receptivo dos Estados Unidos, maior mercado da região, apresentará queda de 17% este ano, mas se recuperará em 2024, quando deverá ser 8% superior ao resultado apresentado em 2019. Entre os como destaques positivos, dois países aparecem com projeções que os colocam em segundo e terceiro lugar no ranking das Américas: México, com perspectiva de crescimento de 128% em relação a 2019; e Canadá, com projeção de aumento de 107%.

O Brasil deve registrar aumento de 112% no inbound, ficando na sétima posição em 2023.

Do quarto ao sexto lugar estão, respectivamente, República Dominicana, Colômbia e Panamá. Bahamas, Costa Rica e Porto Rico completam o top 10 dos maiores países de destino turístico das Américas. Na comparação entre 2019 e 2024, a previsão é que o Brasil caia uma posição e Cuba entre na lista, em sétimo lugar – o ranking permanece inalterado do primeiro ao sexto lugar. A Costa Rica aparece em nono lugar e a Argentina em décimo.

O relatório de 70 páginas revela ainda que o número de viagens turísticas realizadas em 2023 será apenas 10% inferior ao pico de 2019. Entretanto, o valor destas viagens fechará o ano com números positivos devido ao aumento dos preços provocado pela uma combinação do aumento dos custos dos combustíveis, do pessoal e do financiamento para o sector da aviação, entre outros.Ainda assim, os consumidores – especialmente os das economias mais desenvolvidas – têm priorizado os gastos em viagens de lazer no curto prazo.

De acordo com o estudo, “o aumento dos custos combinado com potenciais mudanças nas perspectivas dos consumidores representam uma ameaça para a indústria, mas actualmente não há sinais claros de que os custos sejam um impedimento aos volumes de viagens”. A tendência é que a busca por viagens turísticas seja “robusta” em 2024, com bom desempenho do turismo interno.

Até 2033, a projeção é que os Estados Unidos se consolidem como o segundo maior mercado receptivo de lazer do mundo, com resultados 82% superiores aos projetados para 2024. Isso coloca o país entre os dez maiores mercados globais, atrás apenas da China (+ 158%), Tailândia (+178%) e Índia (+133%). México e Canadá deverão registrar, respectivamente, aumentos de 80% e 71% na chegada de turistas internacionais na próxima década. Até 2033, espera-se que os gastos globais com viagens turísticas mais do que dupliquem os níveis de 2019. 


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