No âmbito da feira internacional IMEX em Frankfurt, dedicada especialmente ao turismo de reuniões, a Travel2latam conversou com Elisabeth Hakim, Executiva do Mercado Europeu da PROMPERÚ, entidade governamental do Peru, vinculada ao Ministério de Comércio Exterior e Turismo.
Qual é o estado do turismo no Peru hoje?
O turismo no Peru hoje está em processo de recuperação. A nossa principal tarefa como entidade promotora nesta altura é a reativação do turismo que esteve parado durante a pandemia e que em dezembro do ano passado teve alguns problemas, pelo que o nosso objetivo não é só atingir, mas ultrapassar os números de 2019.
Neste momento o Governo está empenhado em apoiar os empresários do turismo, por isso estamos aqui na IMEX Frankfurt com 10 empresas que oferecem o que é o Peru como destino de reuniões, especialmente incentivos, congressos e eventos. O Peru é um país ideal, um destino perfeito para aqueles grupos que buscam não apenas ir para um encontro, mas também uma mudança, uma experiência que os una com sua equipe e que os faça se sentirem melhores como pessoas. O Peru é ideal para realizar um encontro diferente, com um propósito, e no Promperú queremos levar essa mensagem.
Existem novos desenvolvimentos e projetos em termos de infraestrutura?
Antes da pandemia, realmente pararam um pouco, mas agora estão retomando e há muitos projetos de infraestrutura que vão ser desenvolvidos tanto em Lima, que é a capital, quanto em cidades como Cusco ou Arequipa, também no norte na cidade de Trujillo. Além disso, está ocorrendo uma nova tendência de olhar além de Lima ou Cusco, com os empresários atentos a outras cidades do norte e do sul que são ideais para seus investimentos.
Qual é o estado do Peru em relação à conectividade?
Também estamos recuperando a conectividade aérea, que é muito importante para nós porque é por onde os turistas chegam. O Promperú vem trabalhando há alguns anos e atualmente retoma com mais força o trabalho conjunto com as companhias aéreas, no sentido de apoiar uma companhia aérea que aumenta os voos ou aumenta sua capacidade, seja transportando um avião maior ou incentivando-as a fazer ofertas. Por isso, estamos criando alianças estratégicas com as companhias aéreas para fazermos mais divulgação juntos, com um call to action que estimule o viajante a voar e aproveitar as ofertas e oportunidades, sem deixar a visita para os próximos anos.
Qual é a origem dos mercados que vão para o Peru?
A Europa tem como principal emissor que é a Espanha, onde há muitos laços culturais com relação ao Peru e também é um mercado que se recuperou muito bem. Este ano estivemos na FITUR com quase 30 empresas e todas muito satisfeitas com a rapidez com que o mercado tem reagido, ou seja, há um interesse crescente e isso já se está a concretizar, pelo que há muita satisfação do mercado Espanhol, tanto deles para nós, quanto de nós para eles.
Outro mercado muito atrativo é o da França, estivemos em uma feira no ano passado e também nos surpreendemos positivamente com o interesse que eles têm lá pelo Peru, principalmente pela cultura. O Peru é um destino que está sempre presente em sua cultura, proporcionando ao viajante a oportunidade de se relacionar com nossa comunidade que vive e mantém suas tradições. Nosso país tem natureza, montanhas maravilhosas, lagos, Amazônia, mas acima de tudo sua riqueza cultural é muito apreciada na Europa.
Quais são os países que mais se interessam pela área MICE?
O mercado norte-americano em geral é muito forte, tanto os Estados Unidos quanto o Canadá. Também temos quatro escritórios comerciais nos Estados Unidos, onde são realizados trabalhos específicos para atrair cada vez mais esse setor e, claro, tudo isso junto com os empresários peruanos, que fazem familiarizações ou press trips; Por isso, o setor privado trabalha em conjunto com o setor público para atrair cada vez mais eventos, convenções e reuniões.
O que poderíamos dizer são os destinos clássicos e destinos em busca de maior conhecimento e desenvolvimento?
Cusco é um dos destinos clássicos, que tem sido um dos principais pontos de visita ao longo do tempo, mas o que temos feito e trabalhado há alguns anos é fazer de Lima um destino a mais. Ou seja, antes Lima era a ponte ou destino de passagem para ir a Cusco e agora ganhou notoriedade através da gastronomia e da cultura, tanto antiga quanto moderna, por isso Lima é um destino cada vez mais forte. Além disso, temos destinos muito interessantes no sul do Peru, como o Circuito Sul, para onde vão 80% dos visitantes.
E eu diria a vocês que uma das novidades que vem ganhando muito interesse ultimamente é a Amazônia, principalmente depois da pandemia, por sua natureza e riqueza ao ar livre. Depois penso num destino que é Iquitos, onde o visitante pode fazer um cruzeiro no rio Amazonas e ter a oportunidade de estar em meio à natureza. Além disso, outro destino que estamos dando muito impulso é o antigo norte, a costa peruana, que é um deserto à beira-mar com uma rica história e legado arqueológico, que muitos visitantes não percebem porque estão focado na maior parte dos incas no sul, mas realmente onde tudo nasce é nesta área do norte; por isso também trabalhamos muito para atrair o interesse para aquelas regiões que poderíamos considerar como “novas”.
Machu Picchu é um destino que também está em recuperação?
Olha, este é o momento ideal para ir a Machu Picchu, porque está se recuperando, mas ainda não temos grandes massas de viajantes, então o visitante pode ir e realmente desfrutar de uma visita tranquila e ter essa conexão importante, não apenas com o arqueológico legado, mas também com a natureza, que é muito especial.