Relatório apresentado pela IBS Software com apoio da ALTA mostra que o Brasil tem o 5º maior espaço aéreo do mundo, mas a aviação representa apenas 18% dos meios de transporte
Segundo pesquisa realizada pelo jornalista Fabio Steinberg em estudo encomendado pela IBS Software, que contou com o apoio da ALTA (Associação Latino-Americana e Caribenha de Transporte Aéreo), a aviação brasileira é muito mais que um meio de transporte, pois seus benefícios se estendem a uma ampla cadeia de valor que gera desenvolvimento e oportunidades, mesmo em lugares remotos.
"Sou um entusiasta do futuro da aviação no Brasil. Há desafios, mas há muito mais oportunidades. A chave é continuar trabalhando em conjunto com uma Agenda de Estado no país que deve incluir autoridades, companhias aéreas, aeroportos, prestadores de serviços e associações. Juntos podemos encontrar formas mais eficientes de prestar melhores serviços essenciais à população", declarou José Ricardo Botelho, Diretor Executivo e CEO da ALTA.
Com base em pesquisa de dados e entrevistas com mais de 30 players relevantes do mercado, o relatório traça um panorama do setor e identifica desafios e oportunidades para a aviação brasileira.
A OPORTUNIDADE
O Brasil registra em média 0,5 viagens aéreas anuais por pessoa, valor muito baixo se comparado aos apresentados pelos Estados Unidos (2,6), Espanha (4,5) ou Chile (1,2), o que indica enorme potencial de crescimento, principalmente se levarmos em conta o tamanho da população brasileira, sua economia e a dimensão territorial do país.
A realidade pós-pandemia tem levado as pessoas a optarem por locais com natureza e ao ar livre. Nesse sentido, o Brasil tem muito a oferecer devido à sua fantástica diversidade. No entanto, o deslocamento dentro e para dentro do país depende quase inteiramente do transporte aéreo e, dos 5.500 municípios brasileiros, apenas cerca de 130 são cobertos por rotas de aviação comercial. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), de janeiro a agosto de 2022, 53 milhões de passageiros em voos domésticos e 1,4 milhão de passageiros em voos internacionais utilizaram 213 aeroportos brasileiros em voos regulares. Isso representa um crescimento de 49% nos voos domésticos e de 355% nos voos internacionais, em relação ao mesmo período do ano anterior.
ENTRE OS DESAFIOS
Segundo a ABEAR, a qualidade dos serviços prestados pelas companhias aéreas brasileiras, avaliada em termos de pontualidade e regularidade, é comparável à das companhias aéreas americanas. Além disso, as reclamações dos passageiros sobre os serviços das companhias aéreas que operam no Brasil são semelhantes nos dois países. No entanto, há uma grande diferença na formalização de denúncias no Brasil e, consequentemente, no processamento de litígios.
Para citar um exemplo, segundo estudo do IBAER, cerca de 98,5% das ações judiciais contra companhias aéreas norte-americanas no mundo acontecem no Brasil. O aumento desses casos também é surpreendente; em 2017, foram 42 mil casos. Em 2022 os casos se multiplicaram por quatro. E quando consideramos que uma ação judicial no Brasil custa o equivalente a 17 passagens aéreas, percebemos porque esse item tem um impacto significativo na estrutura geral de custos das companhias aéreas.
O setor de aviação emprega mais de 140 mil trabalhadores no Brasil, 90% dos quais têm entre 25 e 64 anos. É um setor que direta, indiretamente e induziu bem-estar socioeconômico para o país e que, depois de mais de cem anos de história, ainda tem um potencial impressionante. Convidamos você a consultar este panorama da aviação brasileira aqui.