O Auditório ANTEL foi o cenário de um encontro que, como todos os participantes concordaram, não foi “apenas mais uma conferência”. O 2º Congresso Nacional de Turismo Acessível foi realizado sob o lema “Acessibilidade com propósito social: conectando pessoas, destinos e direitos” e marcou um passo firme do Uruguai rumo a um modelo de desenvolvimento turístico mais inclusivo, sustentável e centrado nas pessoas.
Organizado pelo Polo de Turismo Acessível do Uruguai e pela Rede de Negócios Inclusivos, com o apoio do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, o congresso reuniu especialistas nacionais e internacionais ao longo do dia. A programação incluiu painéis de discussão, apresentações de palestrantes, apresentações de experiências departamentais, análise de políticas públicas e uma visita à Expo Uruguai Acessível.
Ver o mundo de uma maneira diferente.
A cerimônia de abertura contou com palavras particularmente significativas de Ana Claudia Caram, Subsecretária do Ministério do Turismo, que destacou a mudança de foco que a política turística do país sofreu nos últimos anos.
“Aprendemos a olhar o mundo de uma maneira diferente, com uma sensibilidade diferente, a ter outros olhos”, disse ele, agradecendo ao Node e ao Ministro Pablo Menoni pelo seu trabalho como força motriz para a mudança.
Caram defendeu claramente um princípio que se tornou central ao longo do dia: “Para nós, o turismo é um direito humano. O direito ao lazer, à recreação, de poder sair, de poder desfrutar de um espaço. E para isso, são necessárias definições claras e uma política pública que leve isso em consideração.”
Ele também dedicou uma mensagem especial àqueles que defendem a agenda da acessibilidade nos territórios, dizendo: “Os governos locais apoiaram essas decisões com vontade e empatia. Às vezes, não é uma questão de dinheiro, é uma questão de decisão.”
Uma agenda marcada pela cooperação e pela construção coletiva.
O programa incluiu uma série de painéis temáticos que colocaram as experiências locais em diálogo com perspectivas regionais e internacionais.
A Mesa Redonda Inaugural analisou as políticas públicas e a cooperação internacional para a inclusão, com a participação de representantes do Ministério do Turismo e da CAF, que enfatizaram a necessidade de avançar em direção a padrões comuns e ações sustentadas.
Em seguida, a senadora e ex-ministra do Turismo, Liliam Kechichian, fez um discurso de abertura no qual analisou a história da acessibilidade turística no país e levantou os desafios futuros para consolidar uma verdadeira política de Estado.
A perspectiva internacional veio do Chile, com a apresentação de Sandra Elisa Osorio, figura de destaque no turismo inclusivo na região, que compartilhou lições aprendidas e modelos de gestão que integram acessibilidade, inovação e participação cidadã.
Os territórios, protagonistas
Um dos momentos mais valorizados foi o painel dedicado às experiências departamentais, onde representantes de Canelones, Montevidéu e Maldonado apresentaram avanços em infraestrutura, programas de conscientização, circuitos acessíveis e processos de planejamento inclusivo.
Essas iniciativas demonstram que as transformações não podem ser sustentadas sem a ação diária dos governos locais, que adaptam espaços, treinam equipes e dialogam com organizações e empresas em cada território.
Operadores turísticos: investindo para mudar a realidade
O subsecretário Caram também destacou o papel do setor privado, um ator fundamental para tornar a acessibilidade uma realidade concreta, e afirmou: “São operadores comprometidos em construir um mundo melhor, dispostos a mudar seus negócios, a fazer investimentos que às vezes são mais caros, mas que mudam a realidade das pessoas e geram mais oportunidades.”
Essa combinação de vontade, investimento e visão de futuro ficou evidente nos painéis sobre hospitalidade, experiência do cliente, padronização, normas internacionais e tecnologia, que mostraram como a acessibilidade pode ser incorporada desde o design, passando pela gestão e pela inovação.
Um encerramento com reconhecimento e um olhar para o futuro.
O dia terminou com dois momentos marcantes: o lançamento do concurso fotográfico “Uruguai em foco: destinos e experiências sem barreiras” e a apresentação do Selo Inclusivo Uruguai Valora 2025, um reconhecimento da Rede de Empresas Inclusivas para organizações que promovem ambientes de trabalho inclusivos e sustentáveis.
O Segundo Congresso Nacional de Turismo Acessível não apenas atualizou as discussões, mas também consolidou uma visão compartilhada. O Uruguai reafirmou que a acessibilidade é um pilar central de sua política turística e que o turismo é, acima de tudo, um exercício de cidadania e um direito humano.
Por meio de esforços contínuos, do ímpeto das organizações sociais, das contribuições dos operadores turísticos, do compromisso dos governos departamentais e do apoio internacional, o país caminha rumo a um modelo de turismo inclusivo. A jornada continua, e este encontro confirmou que o Uruguai tem a convicção, as alianças e a vontade necessárias para fortalecer ainda mais um destino pensado para todos.
Fonte: Ministério do Turismo do Uruguai.