As companhias aéreas enfrentam uma enorme perda de receita devido à conversão de moeda

Um estudo da Outpayce alerta que as companhias aéreas perdem quase US$ 2 bilhões anualmente porque a conversão de moeda é feita por bancos. Oferecer preços e pagamentos na moeda do passageiro não só melhora a experiência de compra, como também pode gerar até US$ 9,6 bilhões em receita adicional por ano

(Source: Belvera Partners)

Um estudo econômico revela que permitir que os passageiros paguem em sua moeda preferida pode dobrar a lucratividade de uma passagem e abrir uma oportunidade multimilionária para o setor. Adotar preços em múltiplas moedas permitiria que as companhias aéreas recuperassem receitas que atualmente são destinadas a intermediários financeiros.

Uma nova análise encomendada pela Outpayce à Amadeus e conduzida pelo Centro de Pesquisa Econômica e Empresarial (CEBR) revelou que aproximadamente 40% das passagens compradas em sites de companhias aéreas são vendas em moeda estrangeira. Na maioria dos casos, a conversão cambial necessária é feita automaticamente pelo banco do passageiro, privando as companhias aéreas de uma fonte de receita direta e com alta margem de lucro.

Algumas empresas pioneiras já implementaram sistemas que permitem aos viajantes optar por pagar em sua moeda local, melhorando a experiência de reserva e gerando receita adicional por meio da conversão. De acordo com o estudo, se todas as companhias aéreas adotassem o modelo de Preços em Múltiplas Moedas (MCP, na sigla em inglês), o setor poderia adicionar US$ 1,74 bilhão anualmente, considerando as taxas de participação atuais. Se todos os passageiros optassem por pagar em sua própria moeda, a oportunidade aumentaria para US$ 9,6 bilhões por ano. Incentivos como pontos de fidelidade poderiam impulsionar ainda mais a adoção.

As maiores oportunidades encontram-se na região Ásia-Pacífico (APAC) e na Europa, Oriente Médio e África (WEMEA), onde a diversidade cambial gera um elevado volume de transações transfronteiriças. Na APAC, a oportunidade poderia atingir até US$ 3,809 bilhões com a participação plena; na WEMEA, US$ 2,616 bilhões; na América do Norte, US$ 1,448 bilhão; no Norte, Leste, Centro e Sul da Europa, US$ 1,034 bilhão; e na América Latina, US$ 741 milhões.

Damian Alonso, Diretor de Produto e Parcerias da Outpayce, explicou que existe uma demanda significativa por serviços de câmbio e que as companhias aéreas atualmente detêm apenas uma pequena fração desse mercado. Ele destacou que exibir preços em moedas que os viajantes não entendem leva ao abandono de reservas, enquanto soluções multimoedas melhoram a experiência e geram novas receitas.

A SriLankan Airlines, uma das primeiras a implementar esse sistema, confirmou que seu serviço de precificação em múltiplas moedas, o FX Box, está entre seus cinco produtos adicionais mais vendidos, ficando atrás apenas de upgrades e serviços de bagagem e assento. Seu gerente de comércio digital, Bimali Malalasekara, enfatizou que o câmbio é um serviço benéfico tanto para as companhias aéreas quanto para os passageiros, e que a transparência na margem cobrada é fundamental.

Owen Good, chefe de consultoria econômica da CEBR, destacou que a margem de conversão pode ter um impacto significativo na lucratividade. Embora a IATA estime um lucro médio de US$ 7 por passageiro este ano, a análise calcula margens conservadoras entre 2,75% e 3,63%, demonstrando que o câmbio pode dobrar a lucratividade de muitas passagens quando os passageiros optam por esse serviço.

O relatório completo da Outpayce detalha a oportunidade econômica global, com base em dados reais do setor fornecidos pela Outpayce e pela Amadeus Business Consulting, e nas taxas de aceitação de companhias aéreas pioneiras em múltiplas moedas.

Fonte: Outpayce / Amadeus. 


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