Meeting Festuris: Palestrante Roberto Lopes, destaca como a Inteligência Artificial amplia o potencial humano

A centralidade das pessoas na era da IA

No primeiro dia do Meeting Festuris, no Serra Park, em Gramado, Roberto Lopes iniciou sua apresentação ressaltando que qualquer discussão sobre tecnologia precisa começar pelas pessoas. Antes de pensar em ferramentas, segundo ele, é essencial compreender comportamentos, emoções e repertórios humanos. O palestrante afirmou que a transformação começa na capacidade de desaprender para reaprender, reconhecendo que “é difícil deixar algumas coisas para trás”.

A importância de ouvir, estudar e entender o cenário tecnológico

Lopes reforçou que todos atravessam o mesmo processo de adaptação. Para ele, acompanhar os avanços, estudar e ouvir os sinais do mercado é determinante para quem busca relevância. Ele lembrou que muitos profissionais ainda resistem ao tema, mesmo diante das mudanças evidentes no dia a dia.

Criação de assistentes conversacionais e uso consciente de ferramentas

O palestrante citou o desenvolvimento de um assistente conversacional criado por seu time para apoiar profissionais em situação crítica, gerando planos emergenciais por meio de IA. O exemplo serviu de alerta. “Não viva sem, mas não se torne refém da inteligência artificial”, afirmou Lopes, ao reforçar a necessidade de equilíbrio para evitar queda da capacidade cognitiva.

O equilíbrio entre extração de valor e dependência tecnológica

Com um gráfico produzido com auxílio do ChatGPT, Lopes explicou os três perfis de usuários de IA: céticos, dependentes e conscientes. Ele destacou que os dependentes correm risco de perder habilidades importantes, enquanto os usuários estratégicos questionam, analisam e extraem o melhor das ferramentas.

A IA como amplificadora das capacidades humanas

Lopes desmontou o medo da substituição tecnológica e afirmou: “A IA está aqui para te expandir e não te substituir.” Ele citou dados do Google Cloud mostrando que 74% dos respondentes já perceberam impacto da IA generativa na tomada de decisões e que 55% registraram ganhos expressivos em marketing. Para ele, esses números evidenciam que a IA amplia eficiência, qualidade e capacidade de conversão.

Repertório como base para extrair valor

O palestrante ressaltou que a IA não transforma ninguém em especialista em tudo. Sem repertório sólido, o profissional corre o risco de aceitar respostas incorretas. “Quanto maior o repertório, melhores os autores”, afirmou, explicando que conhecimento prévio permite corrigir e direcionar a tecnologia.

A personalização como diferencial competitivo

Lopes defendeu que humanos e máquinas podem atuar de forma simbiótica. A personalização de roteiros, ofertas e marcas surge como oportunidade estratégica guiada pelo comportamento dos consumidores e pela sensibilidade humana para interpretar nuances.

Dedicar tempo para economizar tempo

Ele enfatizou que muitos evitam a tecnologia por acharem difícil. Mas garantiu que o investimento inicial de aprendizado devolve economia significativa no cotidiano, reforçando a provocação: “Dediquem tempo para economizar tempo.”

As habilidades do coração como vantagem humana

No encerramento, Lopes destacou que, quanto mais a tecnologia avança, mais humanos precisamos ser. Ele lembrou que a IA não sente e não possui empatia, reforçando a importância das heart skills — habilidades do coração que complementam soft skills e hard skills.

A performance depende do modelo mental

Para finalizar, Lopes sintetizou suas provocações lembrando que alta performance só é possível quando se alia repertório, abertura para experimentar e uso estratégico da IA, sem perder a humanidade. Ele concluiu afirmando: “A IA é um agora, e o que vem depois será definido pelo que cada um de vocês decidir fazer com ela.”

Reportagem: Mary de Aquino.

Foto: Cedidas pelo Festuris.