Marcus Simões Jr. da Accor, aposta em fidelização emocional e expansão das Américas para fortalecer vendas

Com mais de duas décadas de experiência no setor hoteleiro, o novo Vice-Presidente de Vendas PM&E da Accor para as Américas fala sobre estratégia, diversidade de marcas, comportamento do viajante e os desafios de um mercado cada vez mais plural

(Source: Mary de Aquino.)

Uma trajetória guiada por resultados e conexões globais

Marcus Simões Jr. carrega mais de 20 anos de carreira dedicados ao universo comercial da hotelaria e do turismo. “Noventa por cento da minha trajetória foi dentro do segmento comercial, seja em turismo, hotelaria ou distribuição B2B”, conta Simões, que iniciou sua carreira nos Estados Unidos, em um programa de estágio na Marriott.

Depois de uma primeira passagem de oito anos pela Accor, onde liderou a área de Global Sales, o executivo passou os últimos sete anos no grupo espanhol HBX. Lá, foi responsável pela estrutura de produtos para a América Latina. Agora, de volta à Accor, assume o comando comercial do eixo das Américas, com foco nos segmentos Premium, Midscale e Economy.

A Accor de hoje e o olhar renovado de quem retorna

Simões enxerga mudanças significativas desde sua primeira passagem pela Accor, sem deixar de reconhecer a força dos fundamentos que permanecem. “Muita coisa mudou e muita coisa continua igual, o que é positivo. Coisas bem-feitas se mantêm”, afirma.

O novo vice-presidente destaca a expansão de mercados como um dos avanços mais relevantes da última década. “Quando estive aqui em 2018, o foco era quase que absoluto no Brasil. Hoje, a estratégia ampliou, com uma presença muito mais forte nas Américas, especialmente na América do Norte e hispânica”, explica.

A experiência no setor de distribuição também transformou sua visão. “Estar do outro lado da mesa me trouxe um olhar mais cuidadoso sobre como nossas decisões podem impactar a geração de negócios. Entender o cruzamento entre segmentos é essencial para alinhar estratégias B2B e B2C”, completa Simões.

A essência das vendas em hotelaria

Para o executivo, vender hotelaria é mais do que oferecer quartos: é conectar estratégias, operações e pessoas. “Venda em hotelaria é o cuidado de entender os fatores que movem todo o ecossistema. É conciliar a visão estratégica de um headquarters com as necessidades das unidades”, define.

Ele reforça que cada mercado possui seu próprio comportamento e dinâmica. “É essencial interpretar as particularidades de cada praça e assegurar que todos os principais players estejam cobertos dentro da estrutura comercial”, destaca Simões.

Franquias, gestão e a força da capacitação

Na Accor, boa parte dos hotéis opera sob os modelos de franquia ou administração. Segundo Simões, o sucesso depende de garantir suporte integral às propriedades parceiras. “Quando se trata de franquias, nossa responsabilidade é assegurar capacitação, ferramentas e suporte comercial. Isso garante execução de qualidade e resultados sustentáveis”, explica.

O poder da diversidade de marcas

Com 45 marcas no portfólio, a Accor oferece experiências que vão do econômico ao luxo. “Nosso principal ponto de comunicação é o DNA de cada marca e a experiência que ela proporciona”, ressalta Simões.

Ele explica que o luxo é relativo à expectativa do cliente. “No Ibis, o luxo está na eficiência e na localização estratégica. Já no Fairmont, o luxo está na personalização da experiência. O importante é entregar o máximo valor em cada categoria”, diz.

Novas gerações e o comportamento dos viajantes

O executivo destaca que a Accor acompanha de perto as transformações do público, especialmente entre os mais jovens. “Buscamos atender diferentes gerações dentro de cada segmento, ajustando políticas e experiências”, afirma.

Sobre o movimento de pessoas que escolhem “morar” temporariamente em hotéis, ele reconhece a tendência. “Não é algo novo, mas o formato evoluiu. Hoje, adaptamos a infraestrutura para estadias mais longas, garantindo conforto e funcionalidade”, explica.

A emoção como elo de fidelidade

Simões acredita que a fidelização vai além da lógica comercial — é uma relação afetiva. “Queremos gerar uma conexão emocional com o hóspede, seja uma família que cria lembranças em um resort, seja um viajante corporativo que se identifica com nossa marca”, afirma.

Essa estratégia se fortalece com os programas de fidelidade, que ampliam a sensação de pertencimento. “A relação afetiva e o valor percebido são o que sustentam a lealdade ao longo do tempo”, acrescenta.

Resultados positivos e otimismo nas Américas

Com o encerramento do ano se aproximando, o executivo celebra o desempenho regional. “Tivemos um resultado positivo nas Américas, com diferentes comportamentos entre as praças, mas todas performando bem frente ao ano passado”, avalia.

Eventos como a Fórmula 1 em São Paulo e o COP30 também contribuem para o bom cenário. “As expectativas para o fim do ano são altas, especialmente em destinos de lazer como o Rio de Janeiro”, diz Simões.

O hóspede ideal

Quando questionado sobre o perfil de cliente que a Accor deseja conquistar, Marcus Simões Jr. responde sem hesitar: “O hóspede que queremos é o leal. Nosso objetivo é criar vínculos duradouros com pessoas de perfis diversos, corporativos e de lazer, oferecendo experiências que os façam voltar”.

Reportagem e foto: Mary de Aquino.


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