A apresentação foi dividida em duas partes. A primeira consistiu em uma visão geral do impacto do turismo na economia e na criação de empregos, com alguns números bastante claros sobre a importância do turismo como setor produtivo.
O Ministro do Turismo, Pablo Menoni, enfatizou: "É importante enfatizar e deixar claro para a comunidade política e para a sociedade como um todo que o turismo é um setor produtivo e um dos mais importantes. Em outras palavras, queremos que todos tenham consciência de que o turismo é, por si só, um verdadeiro gerador de empregos."
A segunda parte da apresentação abordou os artigos que dizem respeito diretamente à nossa seção.
É importante destacar a importância do turismo na economia vista sob três aspectos fundamentais:
1- Sua participação na economia, ou seja, o peso que o turismo tem no PIB.
2- A geração e a qualidade do emprego gerado pelo setor.
3- As receitas em divisas geradas pelo setor exportador.
Um aumento de 1% na participação do turismo no PIB poderia gerar aproximadamente US$ 70 milhões em impostos anualmente.
Emprego
Em termos de emprego, temos cerca de 104 mil empresas, sendo a grande maioria PME: cerca de 97%.
O turismo emprega um número proporcionalmente maior de jovens do que a média da economia, uma população que apresenta as maiores taxas de desemprego no Uruguai (uma taxa de desemprego de quase 27% para essa faixa etária). Vinte e seis por cento de todos os empregados no setor de turismo têm menos de 29 anos, enquanto na economia uruguaia esse número se aproxima de 21%.
O setor de turismo, por sua vez, emprega relativamente mais pessoas com ensino fundamental e médio completos do que o restante da economia. Mais uma vez, essa população apresenta taxas de desemprego mais altas (especialmente no setor de ensino fundamental) do que a média uruguaia.
Câmbio
Em relação à receita em moeda estrangeira, temos potencial para crescer, principalmente considerando o que conseguimos alcançar nos anos anteriores.
Também é interessante quando fazemos uma comparação com outros setores de exportação.
Em 2023, serviços não tradicionais, como serviços de TI, serviços profissionais e de consultoria, serviços financeiros e telecomunicações, entre outros, representaram 15% das exportações.
- Os serviços de negociação representaram 14%.
- Carnes e subprodutos outros 14%.
- Turismo 12%.
- Madeira, papel e celulose 11%.
Vale ressaltar que esse último valor sem dúvida aumentou desde o início do UPM 2 em 2023.
Economia local
Durante a apresentação, foi destacado o impacto do turismo na economia local. O turismo tem aumentado sua oferta de produtos, especialmente no que se refere ao Turismo em Ambientes Rurais e Naturais (TERN), turismo patrimonial, turismo cultural, entre outros. Esses produtos têm um forte componente local. Em outras palavras, o turismo pode ter um efeito verdadeiramente transformador em pequenas cidades e no interior do país em geral. Ele previne a migração para o sul, desde que seja acompanhado por políticas que a apoiem.
Se fortalecermos a preservação cultural e valorizarmos o patrimônio do nosso interior, especialmente do nosso interior profundo, o turismo pode ser um catalisador para a descentralização em seu sentido mais amplo.
A disponibilidade de cursos técnicos e de bacharelado no interior do país reforça o exposto, com a UTEC e os institutos altamente especializados.
Esta é apenas uma amostra de quando falamos do turismo como articulador de políticas, neste caso educativas e produtivas.
Turismo social
Considerando que o turismo é concebido como um direito humano, o principal objetivo do Sistema Nacional de Turismo Social é permitir que aqueles que não podem acessá-lo por razões socioeconômicas ou outras o façam. É essencial que todos possam participar do turismo, pois todos temos o direito de viajar para fins recreativos, culturais, esportivos e outros.
O objetivo é criar um sistema onde todas as ofertas turísticas atendam a toda a demanda, abrindo assim um amplo espaço de troca que torna o sistema mais eficiente.
Hoje, temos segmentações onde, em alguns casos, há claramente um excesso de oferta, em acomodações, por exemplo, com demanda que, por diversos motivos, não consegue atendê-la. Ou, inversamente, um excesso de demanda com oferta saturada.
Em ambos os casos, com várias ações para eliminar essas segmentações e agrupar toda a oferta com toda a demanda, ou estimulando algumas delas, um ponto de equilíbrio mais eficiente poderia ser alcançado.
Esse uso mais eficiente dos produtos turísticos não só resultará em mais pessoas aproveitando o turismo, mas também na redução da sazonalidade, no aumento do turismo doméstico e na melhoria da qualidade do trabalho daqueles que prestam serviços turísticos.
O Sistema Nacional de Turismo Social tem algumas premissas básicas:
Equidade.
Universalidade.
Sustentabilidade.
Neutralidade.
Escalabilidade.
Embora algumas das premissas sejam muito fáceis de entender, destacamos as duas últimas:
Neutralidade: A seleção das ofertas de serviços deve ser neutra, com o entendimento de que um serviço não pode ser privilegiado em detrimento de outro. Todos os produtos devem ter igual oportunidade de serem selecionados. Estamos falando especificamente de ofertas privadas versus públicas, como acomodações, mas não se limitando a elas.
Escalabilidade: Uma vez operacional, o SNTS deve conter uma gama muito ampla de serviços, desde acomodações e transporte até experiências, de modo que não possa ser gerenciado manualmente. Deve ser um sistema de TI escalável que integre toda a oferta e demanda. Deve permitir a gestão de subsídios, pagamentos, reservas e a geração de estatísticas, entre outras coisas.
Imaginamos um sistema de TI em larga escala, como os que muitos de nós já utilizamos, mas voltado para o turismo social. Cada usuário, sozinho ou com o apoio de uma agência governamental ou operadora de turismo, pode escolher para onde ir, quando ir e o que fazer dentro de uma oferta pré-estabelecida.
Como a demanda é estimulada?
Uma vez estabelecidos os termos da oferta, o SNTS permitirá que muitos beneficiários, com capacidade de pagamento, desfrutem de uma gama de serviços mais ampla do que a atual. Ou seja, alguns usuários só acessam determinadas ofertas porque suas condições de adesão assim o exigem, mas não conseguem aproveitar outras ofertas em condições financeiras semelhantes. Nesse caso, bastará estabelecer mecanismos de troca de ofertas, e esses usuários ampliarão suas opções.
Mas, sem dúvida, haverá pessoas que precisarão de apoio financeiro para acessar determinados serviços. Isso significa, essencialmente, fornecer subsídios ou estimular a demanda, para usar um termo mais econômico.
A meta é atingir mais de 10.000 beneficiários por ano. Beneficiários que precisam de algum tipo de subsídio, portanto, o universo do turismo social será muito maior.
As principais características são:
1- Progressividade: o subsídio será progressivo de acordo com a faixa de renda.
2- As três partes devem contribuir: Estado, beneficiário e operadores (públicos ou privados).
3- A implementação estabelecerá os valores máximos que serão aceitos para consideração dentro dos subsídios.
As outras linhas principais.
Resumiremos o apoio às PMEs, ao turismo receptivo e à regionalização como os principais geradores de empregos e divisas, e compartilharemos como planejamos abordar cada um deles, juntamente com o que chamamos de eixos transversais, conforme eles interagem ou se cruzam.
Fonte: Ministério do Turismo do Uruguai.