7º Fórum CLIA Brasil: Panorama Global - Estratégias das Companhias para o Brasil e o Mundo

Entre os participantes, nomes de peso da indústria global, como Bud Darr, Presidente e CEO da CLIA Global, Dario Rustico (Costa Cruzeiros), Adrian Ursilli (MSC Cruzeiros), Estela Farina (Norwegian Cruise Line), Renata Lazari (Royal Caribbean) e Marco Ferraz (CLIA Brasil), no painel

Panorama Global: Estratégias das Companhias para o Brasil e o Mundo sob mediação do André Coutinho comunicador do Grupo Bandeirantes, atraiu atenção ao detalhar desafios e oportunidades do mercado brasileiro.

Potencial inexplorado: visão global de Bud Darr

Para Darr, o Brasil tem todos os ingredientes para se tornar um dos destinos mais relevantes do turismo de cruzeiros. “Você tem uma grande população, uma classe média crescente, uma economia robusta, uma costa deslumbrante e portos estratégicos. O potencial é enorme”, afirmou.

O executivo ressaltou, porém, que questões regulatórias e custos operacionais podem tornar o país menos competitivo em comparação a outros destinos internacionais. “Se sou uma empresa com 20 navios, os itinerários mais viáveis são priorizados. É importante pensar no ecossistema completo, não apenas em um porto isolado”, completou.

Darr finalizou com um alerta e uma esperança: “É difícil trazer navios de volta, mas acredito que governo, comunidade e indústria querem fazer isso acontecer”.

Oportunidades e Ação: a visão de Dario Rustico

Para Dario Rustico, Presidente Executivo para as Américas da Costa Cruzeiros, o momento exige mais do que análises: “Conhecemos todos os dados, sabemos de todos os problemas, mas o que faz a diferença é agir. Se surgem oportunidades e não as desenvolvemos, o país perde”. Rustico enfatizou que a chave está em transformar os desafios em soluções concretas, aproveitando o enorme potencial do Brasil.

Treinar para competir: a analogia de Adrian Ursilli

Adrian Ursilli, Diretor Geral da MSC Cruzeiros no Brasil, usou uma metáfora esportiva para ilustrar a situação: “Você pode ter o melhor equipamento, mas se não treinar, não avança. O Brasil precisa melhorar custos portuários, regulação, tributos e outros índices para ser mais competitivo”. Ursilli reforçou o compromisso da MSC em investir no país, destacando a importância de trabalhar em conjunto para transformar oportunidades em crescimento real.

O luxo e a proximidade: a perspectiva de Estela Farina

Estela Farina, Diretora Geral da Norwegian Cruise Line no Brasil, trouxe um olhar sobre o segmento de luxo: “O Brasil tem tudo para oferecer experiências autênticas e exclusivas, e nossas empresas reconhecem isso. Há uma oportunidade clara para crescimento, especialmente no turismo internacional de alto padrão”. Farina destacou o impacto positivo dos cruzeiros internacionais na valorização do destino Brasil.

Competitividade e expansão: Renata Lazari sobre a Royal Caribbean

Renata Lazari, Diretora Geral da Royal Caribbean no Brasil, reforçou a necessidade de tornar o país mais acessível e pró-negócios: “O Brasil concorre com outros destinos. Nosso desafio é trabalhar para reduzir custos e simplificar processos, tornando o país mais atrativo para a operação global de cruzeiros”. Lazari também destacou os planos da companhia em expandir operações na América Latina, incluindo Panamá e Colômbia.

Temporada 2025/2026: a preparação de Marco Ferraz

Marco Ferraz, Presidente Executivo da CLIA Brasil, confirmou o início da temporada em 21 de outubro, com a chegada do primeiro navio de longo curso a Salvador. “Teremos 674 mil leitos, uma diferença de quase 200 mil em relação à temporada passada, mas estou confiante: será uma temporada fantástica para todos os portos brasileiros”, afirmou Ferraz. O executivo destacou a colaboração de autoridades locais e operadores para garantir operação eficiente e atrativa.

Inovações globais e planejamento de longo prazo

Além do cenário nacional, os executivos compartilharam novidades internacionais. Lazari detalhou a expansão da Royal Caribbean em novos mercados, incluindo inaugurações de navios e Beach Clubs. Farina ressaltou a estratégia de longo prazo da Norwegian, com 13 navios programados até 2036, ampliando roteiros no Caribe e Ásia. Darr reforçou que o futuro do cruzeiro no Brasil depende da clareza regulatória, melhoria de taxas e custos portuários, e de um trabalho conjunto entre governo e indústria.

“Temos todos os ingredientes para um banquete magnífico no Brasil, mas precisamos de um chef para orquestrar tudo da forma certa”, resumiu Bud Darr, encerrando o painel com otimismo cauteloso, mas confiante na retomada do crescimento sustentável do setor de cruzeiros no país.

Reportagem e foto: Mary de Aquino.