Neste contexto, a Travel2latam conversou com Boris Iraheta, Secretário Geral da Agência Centro-Americana de Promoção Turística, CATA, que é a agência responsável pela promoção da região SICA, formada pela América Central mais a República Dominicana.
Qual é a recepção que vocês estão tendo neste mercado de viagens da América Central?
Muito boa. Definitivamente acho que conseguimos, não só da Cata, mas principalmente das unidades de marketing e promoção de cada um dos países, uma coisa importante que é mudar um pouco a percepção da América Central. A América Central tem trabalhado para melhorar a relação entre notícias positivas e negativas, para que a percepção comece a mudar. Normalmente havia mais notícias negativas, agora começaram a haver mais notícias positivas e isso melhorou a percepção. Este tem sido um bom apoio para muitos operadores de classe mundial nos visitarem agora e fazerem negócios com operadores turísticos locais.
Por que a República Dominicana faz parte do CATA?
É porque o CATA faz parte de todo um esforço do Sistema de Integração Centro-Americana, SICA, que é composto por diferentes escritórios regionais que atuam em diferentes áreas. Uma dessas áreas é o turismo. A autoridade máxima do Sistema de Integração são os chanceleres e os presidentes, os chefes de governo. Neles está constituída a República Dominicana e dela faz parte, por isso a República Dominicana faz parte do CATA. A República Dominicana é como uma parte insular da América Central. Estrategicamente, está mais ligado à América Central a nível político.
O CATA reúne todos os países. Qual é o seu principal objetivo e como é coordenado para promover todos os países?
A autoridade máxima da Cata é o conselho de administração, o que é muito importante porque é composto pelo setor público e pelo setor privado de cada um dos países, com o qual temos as autoridades de turismo e temos os presidentes das câmaras de turismo. Torna-se então uma espécie de órgão público privado, onde o setor tem voz ativa nas ações que o CATA realiza. Isto permite-nos coordenar com cada um dos países o plano estratégico que apresentamos como agência no início de cada ano.
E por exemplo, ao trabalharem juntos, vocês definem em quais origens de mercado estão interessados?
É claro que está de facto no acordo constitutivo dos estatutos do CATA. Existem mercados na Europa que interessam, como Reino Unido, Alemanha, Espanha, França, Holanda e Itália, e também Ásia e América do Norte. A partir de 2020 devido à pandemia, os primeiros a ativar foram os mercados prioritários, os nossos principais mercados na Europa. Para cada um dos países separadamente, o seu principal mercado emissor são os EUA e a América do Norte em geral. Especializamo-nos mais em penetrar nos mercados europeu, sul-americano e asiático, que são aqueles mercados em que os países precisam desse reforço, precisam de apoio promocional.
Do ponto de vista da conectividade, como funciona o CATA?
É uma questão importante para a região. Na semana passada nos reunimos em Santiago do Chile com a IATA e onde participou o diretor para a América Latina da OMT, hoje ONU Turismo. Estamos cada vez mais a fazer mais esforços de divulgação com a indústria e a reunir-nos com diferentes intervenientes, como a OMT, a IATA e as companhias aéreas, para sentar e conversar e ver que ações podemos tomar para melhorar a conectividade com a região. E para a conectividade intrarregional, que é um tema que está sendo trabalhado, existe a Secretaria do Sistema de Integração Centro-Americana, que constitui um parceiro importante nisso porque um de seus membros é a comissão que organiza o espaço aéreo na região. São agentes chave, com os quais temos que dialogar junto com as companhias aéreas, os aeroportos, para melhorar a conectividade. Estamos tentando reunir todos os atores liderados principalmente por Honduras e Guatemala para sentarem-se e dialogarem, e serem capazes de melhorar a conectividade na região.